Devido à importância histórica da Casa do Imigrante, símbolo da imigração alemã que sofreu com um desabamento no ano passado, a prefeitura de São Leopoldo assinará nos próximos dias um termo de cooperação técnica com o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo e a Unisinos para restauração do espaço. A expectativa é que toda a obra seja terminada até 2021.

Nesse termo, a prefeitura contratará alunos do curso de Arquitetura da universidade, que serão supervisionados pelos professores para fazer o projeto de restauro da Casa. Esse projeto envolve a elaboração de estudos arquitetônicos sobre os impactos que teve o desmoronamento e a elaboração da nova edificação. A previsão é que o projeto fique pronto ainda no primeiro semestre de 2020 e, assim, tendo possibilidade de ser encaminhado para captação de recursos na iniciativa privada, mediante a Lei de Incentivo à Cultura (LIC) e Lei Rouanet.

O secretário de Cultura e Relações Internacionais, Pedro Vasconcellos, também destaca que outras autoridades estão empenhadas em busca de recursos para o restauro. "Nós já temos um compromisso do cônsul-geral da Alemanha no Rio Grande do Sul, Thomas Schmitt, e do presidente da Câmara de Comércio Brasil e Alemanha, Marcus Coester, de mobilizar empresas alemãs para captar recursos para a restauração", revelou o secretário.

Nesse primeiro momento, o Executivo municipal irá repassar recursos em atrasos para o Museu Histórico Visconde de São Leopoldo advindo de um convênio firmado entre as duas partes. A dívida será parcelada e paga ao longo do ano. Esse recurso será utilizado na cobertura provisória da Casa do Imigrante, que servirá de proteção e ajudará nos estudos e levantamento de dados para a restauração. A obra é estimada em R$ 60 mil. 

Na casa, construída em 1788, funcionava a Feitoria do Linho Cânhamo, estabelecimento agrícola estatal criado para a plantação do cânhamo, utilizado na fabricação de cordas para os navios à vela. Após esse empreendimento, abrigou os primeiros imigrantes em 1824. Por isso, o local é o símbolo de dois momentos históricos importantes do Brasil - a transição do passado feudal, latifundiário, escravista para o século XIX, dos minifúndios (pequenas propriedades de terra) pequenas propriedades rurais, da colonização europeia e formação da agricultura familiar. O prédio foi tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) em março de 1992 e pertence ao acervo do Museu Histórico de São Leopoldo.