Os materiais que são originados pelo trabalho da Usina de Reciclagem de Resíduos da Construção Civil de Canoas já estão fazendo a diferença na vida dos canoenses. Produtos derivados do processo da usina, como brita, rachão e bica corrida, já são usados como base para pavimentação e também para revitalização de passeios públicos. A estimativa da prefeitura é de que a utilização de materiais obtidos através da reciclagem de resíduos da construção civil gere uma economia de cerca de R$ 500 mil a cada mês.
Esses valores economizados podem ser destinados a outros investimentos, como, por exemplo, obras e equipamentos necessários para a saúde. O instrutor de academia Daniel Severo, conta que a revitalização do passeio teve um grande impacto na vida de quem mora e trabalha na rua Dona Maria Isabel, no bairro Harmonia. "Agora o pessoal respeita aqui a calçada e não joga mais lixo, melhorou 100% para nós aqui, que trabalhamos bem do lado do local, e também para os moradores. Antes não dava para passar ali, era muito lixo no caminho e o cheiro era horrível, jogavam até bicho morto", conta.
A região do Loteamento Gravataí, no bairro Niterói, o material da usina está sendo utilizado pela secretaria municipal de Obras na construção de uma rótula para o retorno dos ônibus ao final da rua Alípio Vieira Duarte. No local, além da utilização de rachão proveniente da usina, também será compactada e reutilizada a fresa (asfalto antigo retirado das ruas que estão recebendo nova pavimentação) para a finalização do pavimento da obra. As praças da Gruta e Miguel Rosa, no bairro Guajuviras, foram revitalizadas nas últimas semanas e, em ambos os casos, materiais derivados da usina foram utilizados nos passeios.
Construída em 21 hectares do Parque Industrial Jorge Lanner, a usina recebe uma média de 80 caminhões por dia. Já operante e em fase avançada de implantação, é a maior usina de reciclagem da construção civil do Brasil, com previsão de chegar a 130 funcionários. A usina tem capacidade de processamento de cerca de 15 mil metros cúbicos por mês, e a planta terá capacidade de ofertar o serviço a outras cidades do entorno como alternativa à sustentabilidade ambiental e econômica de toda a Região Metropolitana.