As mulheres que se sentiam constrangidas em relatar situações de abuso ou agressões ao registrar uma queixa na Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) de Novo Hamburgo deverão ter em breve um espaço exclusivo, a Sala das Margaridas. A garantia desse local de acolhimento foi dada durante reunião entre membros da Rede Integrada Laço Lilás e a prefeita Fátima Daudt. A demanda por uma estrutura mais humanizada na qual as vítimas possam fazer o registro da ocorrência policial, solicitações de medidas protetivas e demais encaminhamentos, previstos na Lei Maria da Penha, era antiga pelo fato de a Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam) não funcionar 24 horas.
Embora a cidade abrigue uma Deam, muitos crimes dessa natureza ocorrem em dias e horários nos quais ela não está funcionando, expondo essas vítimas a circunstâncias embaraçosas ao denunciar o agressor em locais que não tem a estrutura exclusiva para receber as queixas. Sete cidades no Estado já contam com esse espaço - Viamão, São Luiz Gonzaga, Camaquã, Santiago, Pelotas, Montenegro e Santa Cruz do Sul - e outros três municípios estão encaminhando a implantação. "Viemos aqui para trazer as preocupações da Rede Integrada Laço Lilás e solicitar a sua ajuda para as nossas demandas", disse a vereadora Tita, procuradora especial da Mulher do Legislativo hamburguense.
A presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (Comdim), Paula Michele da Silva, relatou que, em audiência pública no final do ano, um representante da secretaria de Segurança se comprometeu em verificar a viabilidade para a instalação da Sala das Margaridas. Além disso, ela lembrou a necessidade de um policial especializado para prestar o acolhimento e de parcerias para efetivar o seu funcionamento. "Gostaríamos de, neste ano ainda, poder inaugurar essa sala."
Diante da exposição das dificuldades enfrentadas pelas mulheres agredidas, a prefeita perguntou ao delegado Tarcísio Kaltbach, responsável pela DPPA, sobre a existência de alguma sala que pudesse ser adaptada para esse fim. Ele respondeu que havia um local próximo aos terminais de atendimento, no andar térreo, com computador e ar-condicionado que poderia ser adequado. A sinalização positiva foi recebida com entusiasmo pelas participantes do grupo. Com isso, o local sera averiguado para viabilizar a instalação do ponto de atendimento às mulheres.