A equipe da Fundação de Assistência Social (FAS) de Caxias do Sul apresentou os dados da assistência social do município. O dado mais alarmante é de que existem 741 pessoas em situação de rua em Caxias do Sul atualmente. O número quase dobrou em relação a 2017.
A presidente da FAS, Marlês Stela Sebben, informou, ainda, que a maioria desses moradores são homens, com idades entre 18 e 39 anos, e dependentes químicos. "Entretanto, em comparação a 2017, houve um expressivo aumento de mulheres, idosos e famílias em 271 locais registrados na cidade." Entre os motivos do crescimento dessa população está a extinção, em 2014, do programa Acolhe Caxias, de abordagem, acolhimento e acompanhamento desse público e a terceirização do albergue municipal. "Cabe ressaltar que estas 700 pessoas são as cadastradas em nosso sistema; empiricamente, esse número pode ser superior", destaca.
O diretor técnico da FAS, Éverson Artur Furtado, acrescentou que os moradores de rua tem liberdade para escolher a ajuda. "A ideia é acolher, ofertar os nossos serviços como o Centro Pop Rua (onde há alimentação e banho, por exemplo), saúde, oficinas, mas dando a liberdade para eles decidirem. A rua, para nós, não é moradia, mas temos que respeitar os que assim desejam", apontou. Furtado anunciou a busca por um novo local para abrigar o Centro Pop Rua com a finalidade também de abrigar oficinas profissionalizantes.
Além dos números das pessoas em situação de rua, a equipe da FAS apontou a unificação dos conselhos tutelares e a mudança da Casa Sol Nascente como problemas a serem resolvidos. Os conselhos estão em um único local, no bairro São Pelegrino, de difícil acesso principalmente para a comunidade da Zona Norte. O prédio para onde se mudou a Casa Sol Nascente não é adequada para abrigar as crianças, então já está sendo providenciado um novo imóvel para este fim.
Também será fortalecido o Cadastro Único. Os Centro de Referência de Assistência Social (Cras) serão ampliados e os gestores do território de articulação intersetorial passarão por qualificação, readequando os servidores para contemplar as necessidades do serviço. Marlês anunciou, ainda, estudos para implantar três novos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (bairros Planalto, Fátima Alta e Serrano/Eldorado), uma república para jovens e adultos egressos de casas de acolhimento e novas Casas-Lar para idosos.