Uma comissão temporária foi criada para discutir e avançar na ideia da construção de uma barragem de água no Arroio Castelhano. O grupo é composto por representantes do Executivo municipal, da Defesa Civil, Emater, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Legislativo e produtores de arroz. A alternativa foi levantada em reunião entre o Poder Público, Corsan e arrozeiros. Com foco na conscientização racional da água do arroio, o encontro serviu para os cerca de 30 produtores presentes explanarem sobre a forma com que vêm utilizando o recurso natural.
De acordo com alguns depoimentos, a estiagem que assola muitos municípios do Estado, entre eles, Venâncio, também já afeta a produção de arroz. "Esta é a fase em que a planta precisa mais água para se desenvolver, então abastecemos a lavoura, mas o sol faz com que a água evapore muito depressa. Mas isso não significa que todos os dias bombeamos milhares de litros para as plantações, pois o sistema funciona como açudes, uma vez cheio, a água dura por um bom tempo, ela fica armazenada", destacou o produtor, Daniel Kessler. Outros arrozeiros também enfatizaram que nunca faltou água no Castelhano e que não são culpados pela falta de abastecimento de residências no município.
O secretário municipal de Segurança Pública e coordenador da Defesa Civil no município, Dário dos Santos Martins, enfatizou que a intenção não é sair multando e lacrando bombas. "Sabemos que vocês atuam dentro das regras, com as licenças do Estado tudo em dia. Também sabemos do alto custo de uma propriedade e lavoura de arroz. Mas a falta de chuva, que deve persistir neste mês, tem assustado a população, e, por isso, precisamos discutir o uso racional da água", explicou.
O técnico agrícola da Emater de Venâncio, Luís Antônio Marmitt, lembrou de uma visita técnica feita em 1996 a Santa Catarina por um grupo de 30 arrozeiros e técnicos agrícolas, onde conheceram o sistema de plantio de arroz pré-germinado, está dando frutos atualmente. "Naquela época, eram utilizados cerca de 12 mil litros de água por hectare; hoje, são cerca de 5 mil por hectare. E, além disso, ainda tivemos um aumento na produção de 60/80 sacos por hectare para 160 sacos", argumentou.
Dessa forma, os participantes do encontro optaram pela criação de um grupo que passa a lapidar a ideia de uma construção de barragem ou contenção de água. Antes do ponto de captação do Castelhano no Grão Pará são cerca de 15 arrozeiros, que, juntos, somam cerca de 300 hectares de plantio de arroz. O grupo volta a se reunir em fevereiro.