Depois de mais de um ano de negociações, a prefeitura e os proprietários dos Campos da Fazenda chegaram a um entendimento quanto à área conhecida popularmente como "Mato do Júlio". O acordo, anunciado pelo prefeito Miki Breier, garante a destinação de parte do terreno ao município, a preservação do patrimônio, a criação de parque e a construção de perimetral.
A área foi alvo de disputas e processos judiciais durante um bom tempo entre o poder público e os herdeiros em razão de dívidas históricas de IPTU por anos. O terreno de 120 hectares fica no Centro da cidade, entre a avenida Flores da Cunha e a BR-290. "O acordo entre a prefeitura e os herdeiros busca um caminho para preservação do Mato do Júlio e da história da nossa cidade. Estamos aliando desenvolvimento à sustentabilidade", apontou o prefeito.
O termo prevê a destinação de 6,3 hectares no entorno da Casa dos Baptistas e mais 100 mil metros quadrados de área à administração municipal. Em contrapartida, a dívida de IPTU será quitada. "Essa negociação vai nos permitir construir um grande parque de lazer para a cidade e espaços culturais. Devemos, ainda, abrir novas vias para desafogar o trânsito de toda a região, em especial da Flores da Cunha. Isso tudo, claro, com o máximo respeito e preservação ao meio ambiente", frisou o prefeito.
De acordo com uma das proprietárias da área, a arquiteta Beatriz Malmann, por décadas a família buscou um entendimento com a prefeitura. Entretanto, não havia se chegado a um acordo com as administrações anteriores. "Nossa família sempre lutou pela conservação da área do Mato do Júlio. Há muito tempo buscamos por uma solução. Agora, devemos executá-la com cuidado e sabedoria", revelou a herdeira.
As negociações para composição do acordo foram estabelecidas por meio de cinco eixos. O primeiro determina o zoneamento do Mato do Júlio - o Plano Diretor definirá o que pode ou não ser construído no espaço para, então, encaminhar o processo de licenciamento da área pelos órgãos ambientais. O segundo trata sobre as definições viárias. Isto é, estabelece quantas e por aonde passarão as futuras ruas.
O terceiro eixo determina a municipalização de 6,3 hectares de área de preservação no entorno da Casa dos Baptistas, que passará a ser de responsabilidade da prefeitura. Já o quarto, determina a municipalização de uma faixa territorial de 60 metros para a construção da perimetral sul, que interligará o bairro Parque da Matriz à Avenida Papa João XXIII. A intenção, com isso, é desafogar o trânsito na avenida Flores da Cunha. O quinto e último eixo estabelece a composição de IPTU, com repasse para o município de 100 mil metros quadrados de área.