Nesta quarta-feira foi celebrado o Dia da Consciência Negra, em referência a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da luta pela liberdade e valorização do povo afro-brasileiro. Em Santo Ângelo, a data foi marcada pela inauguração da Casa da Etnia Afro-Brasileira, que ficará no Parque de Exposições Siegfried Ritter.

 A concretização de um sonho de três décadas foi comemorada pela comunidade negra local, com o ato inaugural reunindo membros da diretoria e associados do Grupo Cultural Negras Raízes. A obra teve investimento de R$ 180 mil com recurso obtido através de emenda parlamentar e contrapartida do Município. O imóvel foi construído com traços arquitetônicos da cultura africana e conta com cem metros quadrados.

 O professor e ex-vereador Gilberto Corazza, que ajudou na concepção do projeto, destacou que a concretização é um somatório de esforços, mas fez questão de ressaltar a figura da professora Neusa Farias, que presidiu o Grupo Cultural Negras Raízes por quatro mandatos e liderou a busca pela construção da sede. "Esse será um espaço de encontro, de integração e de resistência cultural. O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a implantar a escravatura e o último a abolir, uma marca negativa. E hoje o racismo continua, mesmo que disfarçado, mas segue oprimindo e provocando desigualdade", afirmou.

 Em nome do Grupo Cultural Negras Raízes, falou o professor Antão Barcelos. Ele agradeceu ao apoio local para tirar do papel a iniciativa. "O movimento negro de Santo Ângelo está comemorando a concretização de um sonho de 30 anos. São inúmeras as pessoas envolvidas, que não desistiram, que persistiram e hoje estão vendo seu sonho concretizado", disse, em seu discurso.