A Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa realizou uma audiência pública para discutir a ausência do serviço de maternidade no município de Guaíba. Representando a secretaria estadual de Saúde, Lisângela Campo comentou a situação do município e a posição do órgão estadual.
"Estamos no aguardo da entrega de um plano operativo vindo do Executivo de Guaíba. A cidade teve, em 2017, 1.332 nascimentos, que acabam ocorrendo, em grande parte, em Porto Alegre. E isso nos preocupa muito, pois a capital é referência para gestantes de alto risco e a vinda das gestantes de Guaíba gera um impacto nesta rede", afirma.
A ideia da pasta é abrir uma maternidade de risco habitual na cidade, que daria conta de 85% dos nascimentos. A saúde preventiva no município é a grande preocupação da promotora de Justiça de Guaíba, Mariana Pires. "Gostaríamos de ter uma maternidade que não fosse só para Guaíba, mas para as cidades mais próximas. É previsto que haja um acompanhamento mensal da equipe de Saúde da Família, e em Guaíba temos seis equipes para mais de 100 mil habitantes. O ideal seria uma equipe para cada 3 mil pessoas", pontuou.
O plano para o início das operações da maternidade em Guaíba foi exposto pelo procurador-geral da cidade, Cesar Augusto Waimer. "De 2017 para cá, o sistema político orçamentário nunca foi favorável para o início do custeio da maternidade por parte do Estado, por exemplo. De maio para cá, conversamos com a secretaria de Saúde no intuito de achar um mecanismo de custeio destas atividades sem criar orçamento novo. Chegou-se à conclusão que, para a abertura, Guaíba será referência para Eldorado do Sul e Barra do Ribeiro. E os recursos dessas cidades, que vão para Porto Alegre, seriam enviados para Guaíba, não criando orçamento novo, mas garantindo o custeio dessas operações", explica.
No entanto, ainda não há uma resolução para o tema. Neste ano, o município completou 10 anos sem ter uma maternidade com atendimento pelo SUS. Em 2009, o Hospital Nossa Senhora do Livramento fechou o bloco cirúrgico e a maternidade, e as mães precisam se deslocar até Porto Alegre para ganhar seus bebês. Contudo, além da ausência de leitos, a dificuldade de deslocamento até a Capital em virtude do trânsito e de questões como o içamento do vão móvel da ponte do Guaíba tem causado transtornos.