O esgotamento dos recursos hídricos e a liberação de indústrias ao longo da bacia são discussões que o diretor-geral da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) de Novo Hamburgo, Márcio Lüders, e o diretor de Relacionamento com o Cliente, Silvio Klein, como integrantes do Comitê de Gerenciamento da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos (Comitesinos) devem levar à pauta para debate. E um antigo tema volta a ser o foco do debate: a criação de reservatórios para armazenamento de água na bacia.
Klein relembra que 2005 e 2012 foram os dois anos de maior seca no Rio dos Sinos e que, por pouco, a bacia não entrou em colapso. "Principalmente em 2005, tivemos a maior seca dos últimos anos. Chegamos a um estado crítico da bacia, mas, graças ao sistema de barragens de Salto, Canastra e Bugres, fizemos a transposição de águas que iriam, originalmente, para o Rio Caí e conseguimos impedir um desastre", comenta o diretor.
Para Lüders, boa parte das ações e dos estudos já estão apresentados no 1º Plano de Bacia do Comitesinos, mas é hora de colocar eles em prática. "Esse é o momento de começarmos a colocar essa discussão novamente no Comitesinos e buscar esse estudo. O plano foi apresentado em 2014 para que o estudo fosse feito em até quatro anos e, até agora não foi feito. Estamos perdendo tempo que não temos."
"Nós já passamos por situações complicadas em longos períodos de seca na região e isso demonstrou o quão frágil e o quão dependentes do Rio dos Sinos estamos. Se voltarmos a enfrentar um longo período de estiagem, poderemos colocar toda a bacia à beira de um colapso", explica Lüders. "A Comusa tem como missão abastecer a cidade com água de qualidade, mas também com sustentabilidade, garantindo o equilíbrio do meio ambiente", pontua o diretor-geral.
Outro ponto que deve ser levado ao Comitesinos para debate é a saída da bacia da Condição Especial, situação em que ela se encontra desde a mortandade de peixes, ocorrida em 2006. Com isso, novos empreendimentos regularizados e dentro da legislação não podem ser instalados ao longo da bacia. "O problema é que empreendimentos clandestinos acabam se instalando e despejando resíduos sem controle do Município e essa é uma situação ainda pior do que ter uma empresa que vai ser fiscalizada e responsabilizada se não cumprir a lei", aponta Klein. "Precisamos retirar essa condição especial e legalizar a instalação de empresas."
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