Para estimular o aprendizado dos alunos das turmas de 4º ano da Escola Municipal de Ensino Fundamental Theodoro Bogen, no bairro Niterói, em Canoas, duas professoras apostaram nas histórias de Harry Potter para ensinar o conteúdo curricular com a ajuda de múltiplas tecnologias. Crianças de nove e 10 anos utilizam celulares e tablets em diversas atividades, nas quais enfrentam desafios de lógica, criatividade, criação de protótipos e desvendam enigmas.
No primeiro dia de aula, os alunos foram separados em quatro casas: Grifinória, Sonserina, Corvinal e Lufa-Lufa. No romance de fantasia, da autora J. K. Rowling, que se passa em Londres, na Inglaterra, os estudantes de Hogwarts, uma escola para bruxos, são separados dessa forma e competem durante todo o ano letivo. "Durante as férias, fiquei pensando que, por ser uma turma bem ativa, queria trazer algo que os estimulassem, e eles abraçaram a ideia", conta a idealizadora, professora Mineia Ilha Delgau.
Ao todo, o projeto envolve 48 alunos em dois turnos. Eles recebem tarefas e, junto com colegas e familiares, precisam buscar soluções para problemas propostos em sala de aula, e assim conquistam pontos para suas casas. "Os pais se envolvem muito nas tarefas. Se vestem, fazem maquetes, procuraram os livros para ler. Não esperava que fosse tanto", comemora a professora Mineia. Para a aluna Natália Oliveira, de 10 anos, o mais importante é a união. "Eu gosto porque a gente trabalha em equipe para conseguir fazer as coisas. Quem não faz os temas prejudica muito suas casas, e todos perdem muitos pontos", explica.
Como ocorre nos livros, os alunos da escola participam de diversas atividades, como o baile de inverno e as gincanas, sempre aproveitando para desenvolver o aprendizado nas disciplinas curriculares. Na prova mais recente que realizaram, adaptando o que acontece em Harry Potter e o Cálice de Fogo, os alunos campeões representantes, junto de seus colegas, exploraram o pátio da escola para encontrar vídeos familiares escondidos dentro de QR Codes, um código de barras bidimensional que informava uma pista de cada vez para resolução dos mistérios.
Orientados pela professora responsável pelo laboratório de múltiplas tecnologias, Gláucia Silva da Rosa, cada família gravou previamente um vídeo falando sobre a importância do conhecimento na vida das pessoas. "Eles ficaram bem tímidos na hora de gravar os vídeos, mas viram a atividade e entenderam. Acharam maravilhoso, e as crianças adoraram, principalmente as mensagens", celebra.
Gláucia acredita que o projeto está recontextualizando a ciência através das histórias. "Os alunos desenvolveram um jogo de card game, produziram novas histórias, ilustram histórias e, agora, estão desenvolvendo o torneio tribruxo", incentiva a professora. O mesmo pensa a aluna Lilith Isabel Coelho, de nove anos. "Muito impressionante como ficou diferente e divertido. Fizemos tarefas bem legais e, no final do ano, quem tiver com mais pontos vai ganhar a taça", aguarda confiante.
A vice-prefeita, Gisele Uequed, destaca que os projetos da prefeitura também caminham nesse sentido. "Essa iniciativa mostra a qualidade dos professores da nossa rede pública, que será potencializada ainda mais com programas como o Google For Education, que está em implementação nas escolas do município", ressalta Gisele.