A secretaria municipal de Saúde (SMS) está estruturando a ação Melhor em Casa e buscando habilitação junto ao Ministério da Saúde. A iniciativa tem com o objetivo oferecer a moradores de Esteio em tratamento de saúde com dificuldades para sair de casa e ir até a Unidade Básica de Saúde (UBS) para atendimento. Com a medida, servidores da SMS vão até a residência do paciente para proporcionar um cuidado mais próximo da rotina da família e no aconchego do lar.
A iniciativa é baseada no projeto de mesmo nome instituído pelo Ministério da Saúde em 2011. A equipe multidisciplinar de atenção domiciliar do Melhor em Casa é formada por enfermeiro, assistente social, fisioterapeuta, três técnicos de enfermagem e, em breve, passará a ter um médico. Entre os benefícios do projeto estão promover um atendimento humanizado em casa, perto da família, elemento importante para a recuperação de doenças; reduzir os riscos de contaminação e de infecção, no caso de pacientes em pós-operatório; contribuir para a desocupação de leitos hospitalares; e evitar hospitalizações desnecessárias.
O projeto já teve início mesmo antes da habilitação. Inicialmente, os serviços serão oferecidos em áreas de abrangência das UBS's Nickollas Gomes, Parque Claret, Esperança e Tamandaré, que não possuem Estratégia de Saúde da Família (ESF). Um primeiro passo para a implementação do programa foi a realização de um levantamento nas áreas de atuação das Unidades que promovem atendimento domiciliar, como o Medicamento em Casa (Medcasa), oxigenoterapia e fisioterapia domiciliar. Dessa análise, resultou um total de 73 pessoas como público-alvo inicial para o projeto. Como o programa está em fase de estruturação, o trabalho, neste primeiro momento, será focado neste grupo, em grande parte idosos acamados com comorbidades e agravos clínicos que limitam seu deslocamento
Há seis anos, o pai de Cristina Amaral, João Renato, está acamado, em decorrência de três acidentes vasculares cerebrais (AVC), o que dificultou o deslocamento para consultas ou atendimentos de urgência. "Nesse período, sempre tive o auxílio da equipe do posto de saúde, mas, recentemente, ele colocou sonda para alimentação. Ficou bem mais difícil para sair", comentou a moradora do Parque Amador.
Na conversa com os familiares, os profissionais coletaram informações que servirão para elaborar o plano terapêutico singular para João Renato. Nele, serão apontadas a frequência das visitas, as demandas do usuário, entre outras questões. A família precisará definir um cuidador, o qual poderá ser ou não do núcleo familiar, para servir como referência para o Melhor em Casa. "Estou bem feliz de saber que a equipe virá aqui. Já não conseguimos mais levantá-lo. Mesmo ele sendo magro, fica pesado, dependíamos sempre da ambulância ou de transporte por aplicativos para levar ele ao posto ou ao hospital. Vai ser muito bom contar com o Melhor em Casa", ressaltou Cristina.