A Universidade do Vale do Taquari (Univates) oferece a possibilidade de o professor usufruir de licença sabática. Essa licença pode ser solicitada após, ao menos, 15 anos de contrato com a instituição. É um período em que professores podem se ausentar para realizar atividades de pesquisa ou atualização na área em que atuam, preferencialmente numa imersão internacional. Foi justamente para compreender como outras universidades e centros de pesquisa trabalham com o seu entorno que o reitor Ney José Lazzari esteve de licença entre os meses de março e junho deste ano.

 Nesse período foram visitadas mais de 20 universidades e centros de pesquisa localizados em sete cidades da Espanha e da Itália. O reitor residiu nas cidades de Málaga e Barcelona, na Espanha, e Trento, na Itália. Ele esteve ainda em Granada, Almeria, Alicante e Lérida, todas em solo espanhol. "Como não atuo como pesquisador, mas na área administrativa, quis entender como as organizações trabalham na resolução de desafios impostos pelas regiões em que elas estão inseridas, abrir espaço para o contato com a Univates e encaminhar possíveis futuras parcerias", explica.

 De acordo com Lazzari, foi possível identificar quatro grandes áreas de concentração de pesquisas de ponta nas instituições visitadas: cidades inteligentes, Internet das Coisas (IoT) e tecnologia 5G, saúde e biotecnologia com ênfase na área de alimentos. O reitor comentou sobre um exemplo de projeto das smart cities, ou cidades inteligentes e conectadas, é o estudo e mapeamento de trecho de estrada para carros sem motoristas. "Esse projeto demanda uma conexão melhor com a internet. É aí que entra o desenvolvimento da 5G, que promete minimizar o delay entre o comando e a ação para evitar acidentes, e que também poderá ser aplicada em cirurgias a distância e na IoT", afirma.

 O reitor destacou também o papel ativo do Estado na manutenção de todas as instituições de pesquisa. "Em Trento, por exemplo, há duas fundações de pesquisa, universidade, museu de ciências e agência de desenvolvimento, que somam mais de 3.800 pesquisadores em uma cidade de pouco mais de 100 mil habitantes. O orçamento de um desses institutos é de cerca de ¤ 30 milhões vindos do poder público e outros ¤ 30 milhões obtidos a partir de parcerias com empresas que pagam pelas pesquisas", explica.