O Parque Municipal do Imigrante recebeu a Casa do Imigrante, em cerimônia de inauguração que ocorreu na semana passada. A casa é uma reprodução histórica sobre a técnica de construção da época em que viviam as primeiras famílias de descendentes de alemães em Sapiranga. O residencial foi feito procurando reproduzir o modelo de moradia dos imigrantes, com acompanhamento do Ministério Público (MP), através do promotor de Justiça da Comarca Michael Schneider Flach.
Uma infração urbano ambiental, cometida por uma empresa, resultou num primeiro momento na recuperação da área degradada. Isso, significou o plantio de mais de duas mil árvores, a maioria plantada no local do dano e algumas outras no Parque Municipal do Imigrante. Também foram feitas várias exigências no tocante ao licenciamento e aprovação dos projetos e cláusulas restritivas do direito de construir com certas limitações e preservação de área de preservação permanente. Parte dessa compensação foi destinada ao Parque do Imigrante como forma de proteção e promoção do meio ambiente, do urbanismo e do patrimônio cultural. O local foi escolhido porque é considerado o coração da Cidade de Sapiranga, assim com o Morro Ferrabraz, importante patrimônio natural e ecológico é o pulmão do município e região
A prefeita Corinha Molling, presente na inauguração, comemorou a criação do local. "Estou muito feliz com a inauguração da Casa do Imigrante. O que está acontecendo aqui é histórico. O legado que o promotor Flach deixa para Sapiranga, através da construção da casa, merece nosso respeito e confiança pelo Ministério Público".
O promotor de Justiça da comarca, Michael Schneider Flach, ressaltou o trabalho do MP de atuar na defesa dos direitos indisponíveis e na tutela dos mais desfavorecidos, do meio ambiente, do urbanismo e do patrimônio cultural. "Hoje estamos entregando um aparato para o Parque Municipal e também à comunidade que decorre da atuação do Ministério Público".
A casa é feita sob uma técnica de construção que consiste em paredes montadas com hastes de madeira encaixadas entre si em posições horizontais, verticais ou inclinadas, cujos espaços são preenchidos geralmente por pedras ou tijolos. Os tirantes de madeira dão estilo e beleza às construções do gênero, produzindo um caráter estético privilegiado. Outras características são a robustez e a grande inclinação dos telhados.
A ideia é retratar um pouco da história dos imigrantes alemães que chegaram à cidade no século XIX. No período de 1824 a 1826, os primeiros germânicos se estabeleceram no Rio Grande do Sul. Estes imigrantes desembarcaram em São Leopoldo no dia 25 de julho de 1824, iniciando a história dos municípios que formam a região conhecida como Vale do Sinos. Os imigrantes receberam lotes de terras, onde deram início à sua habitação. Segundo a historiadora e professora Dóris Fernandes Magalhães, a Fazenda Padre Eterno, após discussões jurídicas, foi levada a leilão pela Justiça e arrematada em praça pública por João Pedro Schmidt, comerciante do Hamburgerberg, em julho de 1842. Essa venda marca o início, de fato, da colonização alemã nas terras que hoje formam o município de Sapiranga.
Os colonos vindos do Hunsrück instalados se dedicaram à atividade agrícola de subsistência, bem como ao artesanato, ferraria, marcenaria, carpintaria, selaria e tamancaria, trabalhos que haviam trazido da Europa e graças as atividades puderam suprir suas necessidades nas novas colônias. Naquela época as poucas casas que existiam na colônia foram construídas através da técnica de enxaimel.