Segundo o Ministério da Saúde (MS), o Rio Grande do Sul está entre os estados com maior taxa de incidência de Aids do País. E a taxa de detecção de gestantes com HIV e crianças menores de cinco anos vivendo com HIV/Aids está acima da média nacional, em números só superados por outra doença em constante crescimento também entre as gestantes: a sífilis. Atento a isso, o Serviço de Assistência Especializada (SAE HIV/Aids) de Estrela já realiza campanhas de prevenção, evidenciando a importância e incentivando a realização de exames prévios entre parceiros de gestantes para identificar a necessidade do uso de medicamentos (antirretrovirais), a fim de diminuir as chances de transmissão para os bebês intraútero e recém-nascidos.
A preocupação local, segundo a coordenadora do SAE, Maria de Lourdes Oliveira Wermann, parte de dados e estatísticas que mostram que em Estrela ocorreu uma queda significativa na realização destes testes de triagem. "Atualmente, mais de 75% dos parceiros de gestantes acompanhadas pela Rede Pública de Saúde não realizam, em nenhum momento, teste para HIV e sífilis. Inexistem dados oficiais relacionados aos atendimentos da rede privada de saúde, mas, segundo relatos de mulheres gestantes da rede privada, a solicitação dos testes para os parceiros nem sempre é realizada ou orientada", diz. "Assim, o foco da mobilização está voltado aos parceiros de gestantes, visto que a maioria acaba não realizando os testes sorológicos necessários durante o pré-natal e desconhecem o impacto destes cuidados para a vida do bebê", ressalta.
De acordo com os dados do SAE, baseados em relatórios do MS e estudos técnicos, uma gestante portadora do vírus HIV que não faz uso de medicamentos antirretrovirais tem taxa de transmissão da doença para seu bebê entre 25% e 30%. E, deste percentual, 25% é transmissão intraútero e 75% refere-se à transmissão intraparto. Mas o diagnóstico precoce associado ao uso de antirretrovirais na gestação ou no recém-nascido e outras técnicas, como a profilaxia no momento do parto, podem reduzir a transmissão do HIV para menos de 1%.
Por outro lado, nas gestantes com sífilis não tratadas, cujo parceiro não realizou o tratamento necessário em conjunto, os casos de aborto espontâneo, de feto morto ou morte perinatal ocorre em aproximadamente 40% dos bebês infectados durante a gestação. "Quando não realizado na gestação, ou se o parceiro e a gestante se negam a realizar testes de triagem do HIV no momento do parto, temos um fator impeditivo de adoção de medidas que reduzam significativamente a transmissão perinatal do HIV. Já nos casos diagnosticados precocemente, no qual a gestante fez uso da medicação, há uma redução significativa no risco da transmissão vertical de 27% para 10%", explica ela.
Com o objetivo de qualificar a assistência à saúde da gestante e do bebê, expandindo o cuidado ao parceiro, independentemente do tipo de convênio, o SAE Estrela está realizando contato com os profissionais médicos obstetras do município na intenção de incentivar a solicitação desses testes a todos os parceiros de mulheres gestantes no primeiro e último trimestres gestacionais. As Unidades Básicas de Saúde (UBSs) de Estrela já reforçam, junto às gestantes, a relevância da participação dos parceiros nos exames de pré-natal. O SAE de Estrela também realiza testagens rápidas em pacientes com suspeita para HIV, sífilis, HCV e HBV. Os exames são realizados de segunda a sexta-feira, das 7h às 13h, sem fechar ao meio-dia.
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