Pecuaristas familiares de Cacequi, no interior do Rio Grande do Sul, vêm melhorando seus rebanhos bovinos com o uso de conhecimento e genética de qualidade. Inseridos no Polo de Excelência em Genética Taurina (PoloGen) desde 2015, diversos produtores do município têm alcançado resultados animadores principalmente quanto à uniformidade dos lotes (tamanho e padrão racial), maior peso ao nascer e ao desmame, maior valor de venda e incremento na produtividade dos rebanhos e consequente lucratividade.
A propriedade do produtor Dagoberto Aguirre é um bom exemplo de avanço no melhoramento genético dos animais. Em 2017/2018, as vacas acasaladas/inseminadas na sua propriedade deram origem a 30 terneiros, nascidos entre agosto e novembro de 2018. A média de peso ao desmame dos dois lotes ficou em aproximadamente 190 kg. A média de peso ao desmame na propriedade antes do projeto era de 170 kg. Os resultados são comemorados pelo produtor.
"Antes, a gente não tinha acesso a esses conhecimentos e genética de qualidade para melhorar nossos rebanhos. O projeto trouxe um melhoramento muito grande na parte dos rebanhos, recebemos também uma capacitação em inseminação artificial. A gente tinha nossa produção, mas agora visivelmente melhorou na questão de peso, melhoramento genético", destacou Aguirre.
As informações de quatro anos do PoloGen em Cacequi foram apresentadas em um Dia de Campo realizado na propriedade de Aguirre, em abril, na localidade de São Lourenço. Conforme a médica-veterinária do escritório municipal de Cacequi da
"No meu ponto de vista, como extensionista, entendo que programas como o PoloGen são de fato ações que trazem resultados concretos para o pequeno produtor rural. Foi uma oportunidade única para esses pecuaristas familiares, que, muitas vezes, enfrentam dificuldades até no deslocamento à sede do município, ter acesso a uma genética de cabanhas renomadas do Estado e ainda com garantia de testes realizados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Podemos comprovar isso, uma vez que aqueles produtores que participaram do programa tiveram, após ver os resultados a campo, a iniciativa de seguir por conta própria o manejo de inseminação, procurando material genético de qualidade no mercado, arcando com os custos desse investimento", pontua Mônica.
Sediado em Bagé, na Embrapa Sul, o PoloGen leva genética qualificada para o produtor, com a doação de sêmen de touros avaliados como superiores pelos programas de melhoramento genético, possibilitando, assim, com a inseminação de vacas selecionadas na propriedade, a melhora dos rebanhos comerciais desses pecuaristas. Desde seu início, o projeto realizou mais de 3 mil doações de doses de sêmen para propriedades do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Conforme a pesquisadora da Embrapa e coordenadora do projeto, Bruna Sollero, o trabalho busca aumentar a quantidade de animais avaliados e disseminados, garantindo a inclusão do maior número de produtores com acesso a essa genética de qualidade. Tudo isso com a possibilidade de retroalimentar a pesquisa na área de melhoramento genético, com os dados que retornam das propriedades participantes do polo.
"Além do produtor começar a verificar a melhora produtiva dentro da propriedade dele, com o monitoramento do peso ao desmame dos animais ao serem vendidos, o retorno dos dados para os pesquisadores ajuda a confirmar o potencial de um touro, porque nós inserimos estes dados de filhos advindos de diferentes ambientes nas avaliações desses touros", explica Sollero.
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