A data de 2 de abril lembrou, em todo o planeta, o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Na terça-feira, durante o 1º Encontro de Formação para Conscientização Sobre o Autismo, promovido pela Secretaria Municipal de Educação (SME) na Câmara de Vereadores, o prefeito Leonardo Pascoal sancionou uma lei municipal que obriga todos os estabelecimentos públicos e privados, não apenas a priorizar o atendimento, como inserir nas identificações de prioridade o símbolo mundial do Transtorno do Espectro Autista (TEA, que tem um laço com quebra-cabeça colorido), equiparando os portadores no mesmo nível de prioridade de atendimento de idosos, pessoas com deficiência e gestantes. O vice-prefeito Jaime da Rosa e os vereadores Sandro Severo e Fernanda Fernandes também participaram do ato.
Em sua fala, Pascoal enfatizou que a as alterações serão realizadas imediatamente. "Estou determinando a todas as nossas repartições públicas municipais que identifiquem os locais em que há sinalização de prioridade para que promovam as devidas alterações. Também vamos encaminhar correspondências para os demais órgãos públicos, estaduais e federais e também às representações dos estabelecimentos privados", afirmou.
O prefeito destacou ainda a melhora na qualidade de vida dessas famílias. "Acredito que, sem dúvidas, representará um avanço significativo. Muitas vezes, as famílias acabam se privando de levar seus filhos para certos estabelecimentos com medo do que possa acontecer. Com essa garantia legal de que haverá uma prioridade no atendimento, conseguiremos incluir de forma mais qualificada essas pessoas em outros espaços", disse.
Sandro Severo destacou a necessidade do tema. "Fico muito feliz que, na oportunidade do dia de hoje, podemos aprovar um projeto tão importante e que é referência não somente para Esteio, mas para toda a região toda do Vale do Sinos. Quando lancei o projeto, foi sabendo que o Transtorno do Espectro Autista precisava ser entendido e essa minoria precisava ser vista e priorizada. As pessoas não entendem a importância desse tema e deve-se valorizar trabalhos como os que estão feitos hoje aqui pela secretaria com esses esclarecimentos feitos pela psicóloga", falou.
A assinatura da lei foi no intervalo da palestra que a psicóloga Cláudia Sanini conduziu, que tinha como tema "Brincar é coisa séria: a importância da brincadeira para o desenvolvimento da criança com autismo". Ela explicou que a escolha de abordar um tópico específico traz maiores benefícios para o público. "É uma palestra para poder informar e trazer um maior conhecimento sobre um transtorno que ainda é um desafio para muitas pessoas. Em relação a isso, escolhemos abordar um tópico que é o brincar na infância, que é uma coisa séria por permitir o desenvolvimento da criança de uma forma geral e dos autistas ainda mais", argumentou.
Cláudia enfatizou, também, que orientar sobre o comportamento dos indivíduos evita prejulgamentos. "O autismo não é um transtorno que tenha um marcador físico, o que se verifica é a diferença no comportamento, e isso é fundamental de ser compreendido", afirmou.
Além da atividade na Câmara, Pascoal participou de ações alusivas à data, promovidas pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Esteio. Para que as pessoas se sensibilizassem e compreendessem como funciona a mente de uma pessoa com o Transtorno do Espectro Autista, foram criadas salas temáticas onde os participantes puderam participar de simulações envolvendo os sentidos. Assim, de forma empática, o público pode se sensibilizar com a ação. Ao final das atividades, Pascoal entregou uma via da lei sancionada para a Apae.
Os sintomas do transtorno aparecem nos primeiros meses de vida da criança, abrangendo em sua maioria os meninos. O diagnóstico deve ser realizado exclusivamente por um profissional clínico, que levará em conta o histórico do paciente, baseando-se no Manual de Diagnóstico e Estatística da Sociedade Norte-Americana de Psiquiatria.
Cada paciente exige um tipo diferente de cuidado e tratamento, que deve ser avaliado por um especialista da área. Os graus do transtorno podem variar, e os sintomas afetam a interação social, o uso da linguagem e o comportamento.
O TEA é simbolizado por uma fita composta por um quebra-cabeça, que representa a complexidade e do que ainda se precisa descobrir sobre o transtorno.
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