O Banco do Vestuário da prefeitura de Caxias do Sul está gerando cada vez mais trabalho, emprego e renda para a população. Das 211 pessoas formadas em cursos e capacitações gratuitos oferecidos no ano passado, pelo menos 58% já estão trabalhando com costura, seja na indústria têxtil ou como empreendedores. No ano passado, o banco ofereceu 51 cursos, chegando a capacitar 496 pessoas no total, já que grande parte delas fez mais de uma oficina.

Renan Isoton, coordenador do banco, salientou o acréscimo na quantidade e na variedade das capacitações, que aumentaram 64% em 2018. "Prezamos pela qualidade, oferecendo cursos e oficinas em diferentes áreas. Estamos vendo esses resultados nos números. As pessoas inseridas no mercado de trabalho vêm aumentando, assim como as que voltam para aprender técnicas novas", salientou.

Em 2018 foram oferecidos mais de 10 tipos de cursos e oficinas, entre eles, de corte e costura, e de modelagem. Ambos são focados na produção de vestuário. Já as oficinas abrangem técnicas e assuntos diversos, como enfeites de Páscoa e Natal, tricô, bordado à mão, macramê, noções básicas de costura, fuxico e modelagem avançada. "O banco é cada vez mais parceiro das indústrias. Elas nos enxergam como um local para recrutar funcionários e anunciar vagas, e nós queremos amplificar esse contato cada vez mais", elucidou.

Entre as instituições parceiras estão o Senai, que oferece gratuitamente o curso de corte e costura, e a Unimed, que fomenta o curso de modelagem. Durante o ano também foram oferecidas atividades extras relacionadas ao mundo do trabalho, como palestras sobre Previdência, com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), e workshops de criação de currículos com a Otimiza Consultoria. O objetivo foi auxiliar os alunos na vida profissional, após a formação.

A microempreendedora Célia Graziela dos Santos, 48 anos, participou de diversas capacitações em 2016 e 2017, e, no ano passado, retornou como voluntária do programa Sala de Costura. "Conheci o banco na época em que eu mais precisava. Eu já trabalhava como manicure e pedicure e costurava um pouco. Na verdade, achava que sabia costurar, mas fui aprender realmente aqui. Hoje, tenho mais uma profissão, mais uma fonte de renda, graças às habilidades que adquiri aqui", explica ela.

O programa Sala de Costura, realizado em parceria com a Caixa Econômica Federal, trata-se de uma sala de trabalho cooperativo, onde voluntárias, geralmente alunas e ex-alunas do banco, produzem encomendas para programas sociais do município e para a ONG Moradia e Cidadania, formada por funcionários da Caixa. Em 2018 foram mais de 2 mil doações, 8% a mais do que em 2017. No turno inverso, elas podem usufruir do espaço para produzir suas próprias peças.

Já Rafaela Diefenthaeler Ramiro Jorge, 30 anos, bacharel em Administração, nunca tinha costurado profissionalmente antes de 2018 e, agora, já se prepara para abrir seu próprio ateliê. "Eu sempre tive vontade de aprender a costurar, de fazer as minhas roupas e de trabalhar neste ramo, mas não tinha incentivo. Quando fiquei desempregada, na metade do ano passado, vi que abriram vagas para os cursos de corte e costura. Decidi fazer e descobri que gostava muito daquilo. Pretendo começar a trabalhar no meu atelier ainda beste mês. Já adquiri a máquina industrial e estou me organizado para realizar esse sonho", disse, emocionada.

O Banco do Vestuário é vinculado à Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego (Sdete) e fica na rua Francisco Camatti, 792, no bairro Madureira. Informações sobre novas capacitações e programas podem ser obtidas pelo telefone (54) 3901-1457.