Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Chile

- Publicada em 14 de Fevereiro de 2022 às 20:39

Constituinte do Chile mantém regra criticada para aprovação de artigos

Trabalhos da nova constituinte são presididos pela líder mapuche Elisa Loncón

Trabalhos da nova constituinte são presididos pela líder mapuche Elisa Loncón


JAVIER TORRES/AFP/JC
A Assembleia Constituinte do Chile decidiu, em sessão realizada na manhã desta segunda-feira (14), que não reabrirá o debate sobre a possibilidade de alterar o modo de aprovação dos artigos que irão compor a nova Carta. Desse modo, continuará a valer o procedimento estabelecido pela Lei 21.200, que determina que, para a aprovação de cada artigo, será necessária uma maioria de dois terços dos legisladores. Para esta terça (15), está marcado o início das deliberações sobre os pontos do texto.
A Assembleia Constituinte do Chile decidiu, em sessão realizada na manhã desta segunda-feira (14), que não reabrirá o debate sobre a possibilidade de alterar o modo de aprovação dos artigos que irão compor a nova Carta. Desse modo, continuará a valer o procedimento estabelecido pela Lei 21.200, que determina que, para a aprovação de cada artigo, será necessária uma maioria de dois terços dos legisladores. Para esta terça (15), está marcado o início das deliberações sobre os pontos do texto.
Desde o começo dos trabalhos, presididos pela líder mapuche Elisa Loncón - uma das 17 deputadas eleitas pela cota para povos originários -, houve vários pedidos - de parlamentares independentes, mas também de grupos que vão da esquerda à direita - para que essa regra fosse mudada para uma maioria simples. Isso porque a composição do órgão é bastante fragmentada, e considera-se muito difícil o consenso entre tantos grupos diferentes.
Entre as opções com que se propôs resolver o dilema estava acudir ao Congresso para que este mudasse o regulamento da Constituinte ou permitisse "plebiscitos dirimentes", em que a população decidisse sobre os artigos mais polêmicos.
A decisão de manter as coisas como estão, porém, foi tomada por maioria de 5 a 3 na mesa diretora. Foram favoráveis à manutenção da regra o direitista Raúl Celis (Renovação Nacional), os legisladores à esquerda Amaya Alvez (Frente Ampla) e Tomás Laibe (Coletivo Socialista), o independente Gaspar Domínguez e Lidia González, da minoria indígena yaguán.
Os três votos pela mudança foram da presidente da Assembleia, María Elisa Quinteros, da ex-presidente do colegiado Bárbara Sepúlveda (Partido Comunista) e da parlamentar mapuche Natividad Llanquileo.
Sepúlveda pediu nova sessão para debater o tema, afirmando que a decisão é séria a ponto de demandar uma votação do plenário. Do outro lado, Alvez respondeu que o regulamento estava claro desde o início dos trabalhos e que não se podia mudar as regras com o jogo em andamento. Laibe completou dizendo que acatar as alterações seria dar a impressão de que o órgão cede a pressões.
A decisão ocorre um dia antes de começarem as votações de cada um dos artigos da nova Constituição, que tem até julho para ser finalizada - caso não se peça a prorrogação por mais três meses. Depois de pronta, a Carta terá de ser submetida a um plebiscito. Do jeito que está, cada artigo precisará de 103 votos, entre os 154 legisladores, para ser aprovado.
Na agenda desta terça estão a discussão e votação geral de 16 artigos relacionados ao sistema de Justiça. Para cada um haverá uma apresentação da respectiva comissão, um espaço de debate de até oito horas e uma votação. Em caso de aprovação dos dois terços, o artigo passa a integrar a nova Carta. Se o item não passar, volta à comissão em que foi tratado para que sejam feitas sugestões e mudanças, de modo a ser apreciado novamente mais adiante.
Em meio ao debate mais concreto da nova Constituição, o Chile se prepara também para a sucessão do presidente Sebastián Piñera. A posse do esquerdista Gabriel Boric está marcada para daqui a pouco menos de um mês, em 11 de março.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO