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Rússia

- Publicada em 25 de Janeiro de 2022 às 20:13

Rússia inclui Navalny e seus aliados em lista de terroristas

Opositor Alexei Navalny está preso há um ano na Rússia

Opositor Alexei Navalny está preso há um ano na Rússia


KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP/JC
O principal opositor do presidente Vladimir Putin, Alexei Navalny, preso há um ano na Rússia, foi adicionado nesta terça-feira (25) a uma lista oficial de terroristas e extremistas do serviço de vigilância financeira do país, o Rosfinmonitoring, em mais uma medida de Moscou para asfixiar a oposição política.
O principal opositor do presidente Vladimir Putin, Alexei Navalny, preso há um ano na Rússia, foi adicionado nesta terça-feira (25) a uma lista oficial de terroristas e extremistas do serviço de vigilância financeira do país, o Rosfinmonitoring, em mais uma medida de Moscou para asfixiar a oposição política.
Na prática, Navalny estará sujeito a limites de transações bancárias e precisará de autorização toda vez que quiser usar suas contas. Outras nove pessoas ligadas a ele também foram adicionadas à lista de terroristas, segundo o Fundo Anticorrupção, organização capitaneada por Navalny e banida pelo Kremlin em junho de 2021.
Braço direito do opositor de Putin, Leonid Volkov ironizou a situação em uma publicação no Facebook: "Estou orgulhoso de trabalhar com nossa boa equipe de 'extremistas e terroristas'". "Ao desvalorizar o significado dessas palavras, o Kremlin está fazendo com que aqueles que ainda acreditam em Putin deixem de acreditar nele", escreveu.
Em meados deste mês, Volkov e outro apoiador de Navalny, Ivan Khdanov, também foram incluídos na mesma lista, que conta com grupos terroristas como, por exemplo, o Estado Islâmico (EI).
Lyubov Sobol, um dos rostos do popular canal de Navalny no Youtube, disse à rádio local Ekho Moskvy que, com isso, Putin estava declarando que qualquer pessoa que não gostasse de seu governo é terrorista. Ele foi um dos nove nomes incluídos na lista junto a Navalny.
Navalny está preso há um ano, em uma colônia penal com esquema ostensivo de vigilância, acusado de violar os termos de sua liberdade condicional ao deixar o país. Ele foi detido ao desembarcar em Moscou e já denunciou que funcionários lhe negaram acesso a tratamento médico adequado e adotam prática que ele compara à tortura.
Antes, ele estava na Alemanha, onde recebia tratamento após um suposto envenenamento que sofreu na Sibéria e atribui ao governo russo, que nega a versão. O opositor de Putin chegou a ficar em coma.
Desde então, a Justiça russa baniu as duas organizações ligadas a ele - o Fundo Anticorrupção e uma entidade associada, a Organização de Proteção dos Direitos dos Cidadãos -, tachando-as de "extremistas"; e dezenas de sites ligados à oposição foram bloqueados.
Navalny também foi laureado com o Prêmio Sakharov de direitos humanos do Parlamento Europeu, uma das maiores honrarias concedidas pela União Europeia (UE), em outubro.
Agências locais de notícias também informaram nesta terça que o serviço penitenciário federal russo exigiu que o irmão de Navalny, Oleg, recebesse uma pena de prisão real, e não prisão com sursis - quando há suspensão condicional da execução da pena -, à qual ele foi condenado em agosto por seu suposto papel na organização de manifestações durante a pandemia da Covid.
Apesar de estar na prisão, Navalny continua a convocar os russos para que se oponham a Putin. Ele declarou, recentemente, que "não se arrepende nem por um segundo" por ter retornado ao país. A detenção do opositor provocou vários protestos no ano passado, mas as manifestações foram reprimidas com violência.
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