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Ásia

- Publicada em 09 de Janeiro de 2022 às 19:45

Protestos no Cazaquistão deixam 164 mortos

Prédios administrativos em Almaty foram incendiados pelos manifestantes

Prédios administrativos em Almaty foram incendiados pelos manifestantes


Alexandr BOGDANOV/AFP/JC
Os distúrbios no Cazaquistão deixaram 164 mortos e cerca de 2.000 feridos, segundos dados divulgados pelas autoridades locais neste domingo. Além disso, quase 6.000 pessoas já foram detidas por suposto vínculo com as revoltas sangrentas que abalaram durante toda a semana o maior país da Ásia Central.
Os distúrbios no Cazaquistão deixaram 164 mortos e cerca de 2.000 feridos, segundos dados divulgados pelas autoridades locais neste domingo. Além disso, quase 6.000 pessoas já foram detidas por suposto vínculo com as revoltas sangrentas que abalaram durante toda a semana o maior país da Ásia Central.
Os números, porém, não puderam ser confirmados por uma fonte independente, mas 103 das mortes teriam sido registradas em Almaty, capital econômica, segundo informaram vários jornais, citando o ministério da Saúde.
São números muito superiores aos que haviam sido informados pelo governo inicialmente. Não está claro se as mortes se referem apenas a civis ou se as óbitos de policiais estão incluídas. Autoridades do país disseram que 16 policiais ou guardas nacionais foram mortos. As autoridades indicaram anteriormente que o número de civis mortos era de 26.
No total, cerca de 5.800 pessoas foram detidas, entre as quais há muitos estrangeiros, em 125 investigações diferentes, informou a presidência do país em um comunicado, sem fornecer mais detalhes. Não ficou claro quantos dos detidos permaneceram sob custódia no domingo.
Funcionários do governo disseram que prédios e instituições governamentais em todas as regiões voltaram ao controle do Estado. Embora um apagão de internet em curso torne a situação no local difícil de ser verificada, funcionários do Ministério do Interior alegaram que o país havia se "estabilizado". 
O Cazaquistão, um país com 19 milhões de habitantes, rico em hidrocarbonetos, foi abalado por distúrbios sem precedentes desde sua independência, em 1989, nos quais morreram dezenas de pessoas. O protesto começou no domingo passado nas províncias devido ao aumento dos preços do combustível e depois se espalhou para as grandes cidades, incluindo Almaty, onde houve distúrbios e a polícia disparou balas reais contra os manifestantes.
O governo do presidente Kassim-Jomart Tokaiev alegou ter estabilizado a situação e acrescentou que as tropas da aliança militar de países ex-soviéticos liderada por Moscou estavam protegendo instalações energéticas estratégicas do país.
"A situação foi estabilizada em todo o país", diz comunicado divulgado neste domingo. Funcionários da inteligência cazaque afirmam que ações de "limpeza", que chamam de uma operação de contraterrorismo, continuam. Durante o estopim dos projetos, Tokaiev havia ordenado que eles atirassem "para matar".
A ordem foi alvo de críticas do secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, às vésperas do encontro entre as delegações diplomáticas de Rússia e EUA em Genebra para discutir a situação na Ucrânia. "A ordem de atirar para matar está errada e deve ser rescindida. O Cazaquistão tem capacidade de manter a lei e a ordem e defender as instituições do Estado, mas de forma que respeite os direitos dos manifestantes pacíficos e atenda às demandas que eles colocam", afirmou.
Chanceleres europeus devem discutir ainda nesta semana possíveis medidas para responder à repressão promovida pelo governo cazaque, segundo o secretário para Assuntos Europeus da França, Clément Beaune. "Serão medidas para enviar a mensagem de que um governo não pode ameaçar um povo que se rebela contra o custo de vida", disse.
Durante a tradicional missa dominical na Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa Francisco pediu que haja diálogo e justiça para encerrar a crise no país, acrescentando que está triste com as notícias sobre as mortes. "Fiquei sabendo com tristeza que houve vítimas durante os protestos. Rezo por eles e por suas famílias e espero que a harmonia social seja restaurada o mais rápido possível", disse Francisco.
 
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