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Internacional

- Publicada em 16 de Dezembro de 2021 às 19:23

Morre Lucía Hiriart, viúva do ditador chileno Augusto Pinochet

Lucía era considerada uma assessora informal do marido, com influência no regime

Lucía era considerada uma assessora informal do marido, com influência no regime


Cris BOURONCLE/AFP/JC
Morreu nesta quinta-feira (16), em Lo Barnechea, ao norte de Santiago, Lucía Hiriart, viúva do ditador Augusto Pinochet (1915-2006). Aos 99 anos, ela passou por uma série de hospitalizações nos últimos anos devido a problemas respiratórios, que se complicaram nas últimas semanas.
Morreu nesta quinta-feira (16), em Lo Barnechea, ao norte de Santiago, Lucía Hiriart, viúva do ditador Augusto Pinochet (1915-2006). Aos 99 anos, ela passou por uma série de hospitalizações nos últimos anos devido a problemas respiratórios, que se complicaram nas últimas semanas.
Em mensagem publicada nas redes sociais, sua neta Karina Pinochet escreveu: "(Lúcia) entregou sua vida ao serviço dos chilenos, e a história saberá valorizar sua obra grandiosa e seu trabalho por nosso amado país".
Assim que a notícia foi divulgada, dezenas de pessoas se encaminharam para a praça Baquedano (também chamada de Dignidad), em Santiago, para celebrar. O local foi o epicentro das manifestações de 2019, que levaram à convocação da Assembleia Constituinte ora em atuação - cuja missão é justamente substituir o texto constitucional escrito nos tempos de Pinochet. No final da tarde, ouviam-se buzinas e gritos de celebração na região central da capital chilena.
Lucía era considerada uma assessora informal do marido, com influência no regime - tendo inclusive participado das decisões que levaram ao bombardeio do palácio de La Moneda, sede do Executivo, em 11 de setembro de 1973; a ação terminou com o suicídio de Salvador Allende e o início do regime militar (1973-1990).
Durante o período, Lucía tinha uma sala do palácio de governo e mantinha vínculo direto com Manuel Contreras, então chefe da Dina, serviço de inteligência da ditadura. Contreras esteve à frente da repressão do regime, responsável por mais de 3.000 desaparecimentos, segundo estimativas de organizações de direitos humanos.
De acordo com sua biógrafa, Alejandra Matus, Lucía foi a responsável por Pinochet ter traído a confiança de Allende com a finalidade de promover a si mesmo. "Ela aceitou a morte de pessoas próximas, a tortura de familiares e até o exílio de pessoas próximas com a finalidade de que o marido se ressaltasse", afirmou, no livro "Doña Lucía".
Lucía também dirigiu a Fundação Cema Chile, de ajuda assistencial a mulheres carentes. Em 2005, a entidade foi acusada de corrupção, por supostamente ter recebido edifícios e fundos públicos de modo ilegal. Ainda liderou outras associações de caridade e era uma figura recorrente nos programas de televisão.
A morte da viúva de Pinochet ocorre a três dias do segundo turno das eleições presidenciais que vão definir o sucessor do presidente Sebastián Piñera. Um dos candidatos, José Antonio Kast, celebra o legado pinochetista e, na campanha, chegou a dizer que o regime não foi uma ditadura.
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