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Internacional

- Publicada em 24 de Novembro de 2021 às 18:20

Imigrantes morrem no Canal da Mancha ao tentar chegar ao Reino Unido

Embarcações de França e Reino Unido participam da operação de resgate

Embarcações de França e Reino Unido participam da operação de resgate


BEN STANSALL/AFP/JC
Ao menos 27 imigrantes morreram ontem ao tentar cruzar o Canal da Mancha em direção ao Reino Unido, segundo o Ministério do Interior da França. De acordo com a prefeitura de Calais, cidade da costa francesa de onde eles teriam saído, o número de morto ainda pode subir. A guarda costeira local evitou cravar o número exato de mortes, mas acrescentou que as equipes de resgate encontraram cerca de 20 pessoas na água; apenas duas estavam conscientes.
Ao menos 27 imigrantes morreram ontem ao tentar cruzar o Canal da Mancha em direção ao Reino Unido, segundo o Ministério do Interior da França. De acordo com a prefeitura de Calais, cidade da costa francesa de onde eles teriam saído, o número de morto ainda pode subir. A guarda costeira local evitou cravar o número exato de mortes, mas acrescentou que as equipes de resgate encontraram cerca de 20 pessoas na água; apenas duas estavam conscientes.
O naufrágio é o maior desastre desse tipo na região desde que travessias em pequenos barcos começaram a crescer, há três anos, e ocorre em meio a uma explosão de tentativas de atravessar o canal, que neste ano já causou atritos entre França e Reino Unido.
O premiê britânico, Boris Johnson, cuja política para refugiados é criticada por ativistas, convocou uma reunião do comitê de emergência COBR para discutir o caso na noite desta quarta. "O desastre mostra o quão perigoso é fazer essa travessia", disse ele em entrevista à BBC.
"Nunca podemos condenar o suficiente o comportamento criminoso dos contrabandistas que organizam essas travessias", escreveu em mídia social o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin. Na noite desta quarta, ele ainda concedeu uma coletiva, direto de Calais, na qual expressou as "mais profundas condolências às famílias do imigrantes mortos".
Jean Castex, primeiro-ministro da França, foi pelo mesmo caminho: "Meus pensamentos estão com os mortos e feridos, vítimas de gangues de criminosos que exploram sua angústia e miséria".
Segundo a mídia britânica, cada imigrante paga cerca de 4.000 euros (cerca de R$ 27 mil) para chegar ao Reino Unido, e há relatos de botes com até 80 pessoas. Até esta quarta, o pior naufrágio havia sido o que matou cinco membros de uma família curda iraniana, incluindo um bebê, perto de Calais, em outubro do ano passado. Artin, de 15 meses, só foi encontrado três meses depois, na Noruega.
Só neste ano, 31.500 pessoas tentaram cruzar o canal a partir da costa da França, segundo o governo do país. Sete tinham morrido ou desaparecido até agora, e 7.800 haviam sido resgatadas. Pediram asilo no Reino Unido 25.700 imigrantes, mais que o triplo dos 8.469 do ano passado.
Dois helicópteros, um da França e um do Reino Unido, e três navios franceses participaram da operação de resgate contínuo. Pescadores foram os primeiros a avistar corpos ao lado de um barco, nas águas do canal. Segundo eles, o número de pessoas dentro dos botes era maior nesta quarta do que o normalmente registrado, possivelmente para aproveitar as condições do mar, que estava calmo, mas com a água fria, apesar do tempo firme.
O Canal da Mancha é uma das rotas mais movimentadas do mundo. Devido às suas fortes correntes marítimas, botes sobrecarregados às vezes nem conseguem flutuar.
Segundo entidades de direitos humanos, contrabandistas passaram a usar barcos infláveis cada vez maiores para fazer travessias mais lucrativas em dias de clima mais favoráveis. As quadrilhas adotaram a rota marítima depois que aumentou a fiscalização sobre caminhões, onde os imigrantes eram escondidos. Com a pressão do governo francês na região de Calais, os traficantes também diversificaram os pontos de partida na costa francesa, o que aumenta a distância percorrida - e o risco associado.
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