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Internacional

- Publicada em 06 de Novembro de 2021 às 08:38

Ascensão de extremista no Chile atrai apoio de políticos de centro-direita

Pesquisa do início da semana colocou Kast em 1º lugar, com 22,2% das intenções de voto

Pesquisa do início da semana colocou Kast em 1º lugar, com 22,2% das intenções de voto


TWITTER/REPRODUÇÃO/JC
José Antonio Kast, candidato ultraconservador à presidência do Chile, vem provocando uma reviravolta no cenário político de um país que se alterna entre moderados de esquerda e direita desde a redemocratização, em 1990. Segundo pesquisas, ele assumiu a liderança da corrida presidencial, o que vem provocando o desembarque de muitos aliados de centro-direita da candidatura de Sebastián Sichel, aliado do presidente Sebastián Piñera.
José Antonio Kast, candidato ultraconservador à presidência do Chile, vem provocando uma reviravolta no cenário político de um país que se alterna entre moderados de esquerda e direita desde a redemocratização, em 1990. Segundo pesquisas, ele assumiu a liderança da corrida presidencial, o que vem provocando o desembarque de muitos aliados de centro-direita da candidatura de Sebastián Sichel, aliado do presidente Sebastián Piñera.
Uma pesquisa Pulso Ciudadano divulgada no início da semana colocou Kast em primeiro lugar, com 22,2% das intenções de voto, 4,8 pontos porcentuais à frente de Gabriel Boric, de esquerda. A democrata-cristã Yasna Provoste vem em terceiro, com 9,5%. O economista liberal Franco Parisi tem 7,3%. Sichel aparece apenas em quinto lugar, com 6,9%.
Kast, de 55 anos, é conhecido por defender a ditadura de Augusto Pinochet. "Dizem que sou radical. Mas radical em quê?", questiona o candidato, que não esconde sua admiração por Donald Trump e costuma elogiar o presidente brasileiro. "Bolsonaro representa a esperança de liberdade, segurança e justiça social em um Brasil que foi destruído pela esquerda", escreveu Kast no Twitter.
Segundo analistas, os excessos durante os protestos populares contra a desigualdade e a recente crise migratória são alguns dos motivos que impulsionaram o crescimento de Kast, que aposta em um forte discurso em favor da ordem pública e do endurecimento do controle das fronteiras.
Outro fator importante é a desastrosa presidência de Piñera, aprovada por apenas 17% da população. O presidente, que já vinha capengando, teve sua imagem ainda mais arranhada com os Pandora Papers, documentos que apontam indícios de corrupção e irregularidades tributárias.
Em outubro, o Ministério Público abriu uma investigação para apurar a venda de uma mineradora em um paraíso fiscal e a oposição iniciou o procedimento para o impeachment. Na semana passada, uma pesquisa apontou que 7 em cada 10 chilenos apoiam a destituição de Piñera.
Com esse peso nas costas, a candidatura de Sichel não decolou. Na semana passada, ele denunciou uma suposta "chantagem" de membros de sua própria coalizão - sem entrar em detalhes - e perdeu o apoio de pelo menos sete deputados e senadores de centro-direita nos últimos dias - todos anunciaram abertamente apoio a Kast.
Apesar da proximidade da eleição - a votação ocorre no dia 21 -, o resultado ainda é incerto. O voto não é obrigatório no Chile e, nas últimas eleições regionais, a abstenção ultrapassou 80%. Segundo o Centro de Estudos Públicos (CEP), menos da metade dos chilenos já escolheu um candidato.
Caso ninguém obtenha mais da metade dos votos - o que é provável -, um segundo turno será realizado em 19 de dezembro. O próximo inquilino do Palácio La Moneda terá de estabilizar um país que passou por graves protestos em 2019 e implementar as normas da nova Constituição, que começou a ser redigida em julho e deve ser endossada em plebiscito previsto para 2022. 
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