O parlamentar britânico David Amess, de 69 anos, morreu após ser esfaqueado durante um ato com eleitores no sudeste da Inglaterra nesta sexta-feira (15). Amess recebia eleitores em uma igreja em seu distrito eleitoral, Leigh-on-Sea, a leste de Londres, no momento do atentado. O motivo para o ataque ainda não está claro, mas há uma investigação em andamento, liderada por agentes de contraterrorismo do país, a fim de determinar se houve um ataque terrorista.
Amess era um representante do Partido Conservador, mesma legenda do primeiro-ministro Boris Johnson. O ataque aconteceu por volta do meio-dia (8h em Brasília), enquanto o parlamentar atendia presencialmente eleitores na Igreja Metodista de Belfairs. A polícia de Essex prendeu um homem de 25 anos, apontado como único suspeito pelo crime até o momento. Uma faca foi apreendida com ele.
Católico devoto, Amess era casado e pai de quatro filhas e um filho. Foi eleito pela primeira vez para o Parlamento para representar a cidade de Basildon em 1983 e depois se candidatou pelo distrito de Southend West em 1997. Em seu site, elencava "bem-estar animal e questões pró-vida" entre os principais interesses -era conhecido por ser um dos legisladores mais dedicados ao ativismo antiaborto no país.
Segundo a imprensa britânica, Amess pediu, no início do ano, um aprimoramento das medidas preventivas contra crimes cometidos com facas. O parlamentar também se opunha a projetos de lei que promovem direitos LGBTQIA+, como o que reconhece a legitimidade do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
O esfaqueamento desta sexta ecoa dois casos: em 2010, Stephen Timms, parlamentar trabalhista, sobreviveu a um ataque parecido em seu gabinete. Já em 2016, a deputada Jo Cox, também trabalhista, foi assassinada aos 41 anos por um ultranacionalista de extrema direita no período que antecedeu o referendo em que os britânicos votariam pelo Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia.