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Internacional

- Publicada em 10 de Outubro de 2021 às 20:32

Após tumulto de grupos antivacinas, aumentam pedidos na Itália para banir grupos pró-fascismo

Entre os 12 manifestantes presos está Giuliano Castellino, líder do partido de extrema direita Forza Nuova

Entre os 12 manifestantes presos está Giuliano Castellino, líder do partido de extrema direita Forza Nuova


TIZIANA FABI/AFP/JC
Legisladores e políticos italianos de esquerda pediram neste domingo (10), medidas para proibir grupos pró-fascismo, um dia depois de manifestantes antivacinas, incitados por líderes de extrema direita, terem invadido um escritório sindical em Roma.
Legisladores e políticos italianos de esquerda pediram neste domingo (10), medidas para proibir grupos pró-fascismo, um dia depois de manifestantes antivacinas, incitados por líderes de extrema direita, terem invadido um escritório sindical em Roma.
Doze manifestantes foram detidos ou presos, disseram as autoridades, incluindo Giuliano Castellino, líder do partido de extrema direita Forza Nuova. Cerca de 10 mil manifestantes compareceram no sábado (9), para expressar sua indignação com a exigência imposta pelo governo de que os funcionários tenham um "Passe Verde" para entrar em seus locais de trabalho a partir da próxima sexta-feira (15). Os passes certificam que uma pessoa recebeu pelo menos uma dose da vacina contra a Covid-19, tenha recentemente se recuperado do vírus ou apresente resultado negativo em dois dias.
Gritos de "Giuliano! Giuliano!" levantaram-se da multidão no sábado. Castellino, que devido à violência passada foi banido de manifestações em Roma, era supostamente um dos membros da Forza Nuova que exortou seus partidários a invadirem a sede nacional da CGIL, a confederação trabalhista. Os sindicatos trabalhistas na Itália apoiaram os Passes Verdes para tornar os locais de trabalho mais seguros para os funcionários.
Muitos manifestantes usaram paus, barras de metal e bandeiras italianas enroladas para forçar a entrada e destruir o local. Mais tarde, centenas de manifestantes entraram em confronto com a polícia enquanto tentavam chegar à praça do lado de fora do Palácio Chigi, onde fica o gabinete do primeiro-ministro, e perto do parlamento italiano.
Após o ataque à sede do sindicato, os manifestantes seguiram pela Via Veneto, de Roma, uma avenida que passa pela Embaixada dos Estados Unidos. Como precaução, as autoridades de segurança italianas decidiram retirar Nancy Pelosi, a presidente da Câmara EUA, de uma igreja próxima onde ela assistia à missa, disse seu escritório neste domingo. No início do sábado (9), Pelosi teve uma audiência privada no Vaticano com o Papa Francisco.
Na noite de sábado, dezenas de manifestantes também invadiram o pronto-socorro da Policlínica Umberto I, para onde um manifestante foi levado depois de se sentir mal. Os invasores levaram horas para serem removidos, disseram funcionários do hospital. O governador Nicola Zingaretti, do Lácio, região que inclui Roma, disse que os culpados parecem ter participado dos protestos antivacinas.
Na confusão ocorrida na clínica, uma enfermeira foi atingida na cabeça por uma garrafa, e dois policiais sofreram hematomas, informou o jornal Corriere della Sera. Entre os que pediram a proscrição de grupos pró-fascismo estava Giuseppe Conte, ex-premiê da Itália e novo líder do movimento populista cinco estrelas. "Não podemos aceitar essas manifestações de banditismo", disse Conte.
A Constituição italiana proíbe qualquer recriação de partidos fascistas, desde o fim da ditadura de Benito Mussolini. Conte conversou com repórteres do lado de fora da sede do GCIL, onde centenas de apoiadores se manifestaram neste domingo em solidariedade. Manifestações semelhantes atraíram simpatizantes em Florença, Bolonha e Milão.
Um legislador do Partido Democrata, Emanuele Fiano, disse que apresentará uma moção no Parlamento nesta segunda-feira (11) pressionando o governo do primeiro-ministro Mario Draghi a proibir por decreto Forza Nuova e movimentos semelhantes. 
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