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Internacional

- Publicada em 26 de Setembro de 2021 às 18:06

Mais de 50 países não atingem meta da OMS de vacinar 10% da população contra Covid

Países da África como um todo são os que menos aplicaram imunizantes

Países da África como um todo são os que menos aplicaram imunizantes


RAJESH JANTILAL/AFP/JC
Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu três metas para a vacinação contra a Covid-19 no mundo: 10% da população de cada país teria de ser vacinada até o fim de setembro, 40% até dezembro e 70% até o meio de 2022.
Em maio deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu três metas para a vacinação contra a Covid-19 no mundo: 10% da população de cada país teria de ser vacinada até o fim de setembro, 40% até dezembro e 70% até o meio de 2022.
Apesar dos apelos da organização para que os governos com mais recursos doem parte de seus estoques a países pobres, o primeiro desses marcos já não deve ser atingido. A uma semana do fim do prazo, mais de 50 países não chegaram lá, e só 2% das pessoas em nações de baixa renda receberam ao menos uma dose.
A maioria dos que estão atrasados fica na África, continente que, como um todo, está ainda na faixa de 4% de imunização total - a média da Europa já passa dos 50%. Benin, República Democrática do Congo, Chade, Guiné-Bissau e Etiópia, entre outros, não chegaram nem a 1% da população vacinada.
Como lembram continuamente os dirigentes da OMS, a distribuição desigual das vacinas não é só uma preocupação regional ou altruísta: é um fenômeno que pode comprometer o controle da pandemia no mundo todo, incluindo nos países ricos, porque quanto mais o vírus circula descontroladamente, maior é o risco de que surjam variantes mais perigosas e resistentes à vacina.
A doação de imunizantes também se tornou uma forma de diplomacia. Se no início da pandemia a China tomou a dianteira, os EUA atualmente lideram essa disputa por influência, com o presidente Joe Biden pressionando líderes globais a ampliarem esforços. Na terça (21), o democrata anunciou que repassará mais 500 milhões de doses para a comunidade internacional, totalizando 1,1 bilhão.
Muitas promessas do tipo ainda não foram concretizadas. Dos cerca de 600 milhões de fármacos divulgados por Biden no primeiro semestre, 110 milhões foram entregues. Em junho, o Reino Unido anunciou que doaria 100 milhões de doses, mas menos de 10% desse total foi de fato repassado para o Covax Facility, consórcio criado para distribuir os imunizantes aos países de renda baixa e média.
Na quinta (23), ao agradecer a Biden e a outros líderes mundiais pelas novas doações, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que, para alcançar as metas estabelecidas, incluindo a de setembro, é preciso aumentar drasticamente o acesso a essas vacinas. "O que precisamos é de uma ajuda realmente robusta e sustentável para que sejam entregues agora - não em seis ou 12 meses", afirmou.
Alguns fatores prejudicaram a redistribuição vacinal nos últimos meses. O surgimento da variante Delta, muito mais transmissível e com maior escape vacinal, fez com que governos priorizassem a aplicação de doses de reforço em grupos vulneráveis, segurando os estoques inicialmente destinados ao Covax.
Além disso, à medida que estudos foram mostrando a segurança de algumas vacinas para crianças e adolescentes, os países que já ofereceram a proteção para todos os adultos abriram a campanha também para os menores de idade.
Outro percalço ao cronograma se arrasta desde abril. Após o agravamento da pandemia em seu território, a Índia, que deveria fornecer 1 bilhão de doses para o Covax, parou de exportar imunizantes, retendo sua produção para uso na população local.
Segundo o site de notícias Axios, o governo dos EUA vem pressionando a gestão de Narendra Modi para que retome as exportações, mas uma autoridade indiana afirmou que o recomeço não deve acontecer antes de outubro -e mesmo assim ele se dará de forma gradual.
Diante desse cenário, no último dia 8 o Covax diminuiu em quase 30% sua meta inicial de distribuição para 2021: de 2 bilhões iniciais para 1,425 bilhão. É um número mais realista, segundo o comunicado do consórcio, que prevê que os 2 bilhões só devem ser atingidos no primeiro quadrimestre do ano que vem.
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