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Estados Unidos

- Publicada em 12 de Setembro de 2021 às 12:24

FBI libera 1º documento secreto de investigação sobre 11 de Setembro

Ataques terroristas contra as torres do World Trade Center em Nova York ocorreram em 2001

Ataques terroristas contra as torres do World Trade Center em Nova York ocorreram em 2001


STAN HONDA/AFP/JC
O FBI divulgou neste sábado (11) o primeiro documento relacionado às investigações sobre o 11 de Setembro e alegações de apoio do governo saudita aos sequestradores que participaram, há 20 anos, do ataque às torres do World Trade Center, em Nova York, e à sede do Pentágono, em Washington, após uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O FBI divulgou neste sábado (11) o primeiro documento relacionado às investigações sobre o 11 de Setembro e alegações de apoio do governo saudita aos sequestradores que participaram, há 20 anos, do ataque às torres do World Trade Center, em Nova York, e à sede do Pentágono, em Washington, após uma ordem executiva do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
O relatório de 16 páginas, publicado horas depois que Biden chegou à cerimônia para marcar os 20 anos dos atentados em Nova York neste sábado, é o primeiro documento a ser liberado desde que o presidente decidiu, na semana passada, divulgar materiais que por anos permaneceram secretos. Biden vinha sendo pressionado por familiares para tornar pública as informações da investigação.
O documento descreve conexões que o FBI examinou entre os sequestradores e o governo saudita, mas não menciona evidências conclusivas de que a Arábia Saudita desempenhou um papel ativo nos ataques, de acordo com informações publicadas no New York Times.
O memorando apresenta ligações entre Omar al-Bayoumi, um ex-estudante e suspeito de ter colaborado com os serviços de inteligência sauditas, e dois dos terroristas da Al Qaeda que prepararam os ataques em Nova York e Washington, onde quatro aviões caíram.
O documento, baseado em entrevistas realizadas em 2009 e 2015 com uma fonte cuja identidade não foi divulgada, detalha os contatos e encontros entre Bayoumi e dois dos sequestradores, Nawaf al-Hazmi e Khalid al-Mihdhar, depois que ambos chegaram ao sul da Califórnia em 2000, antes dos ataques.
Também reafirma a informação, já divulgada, da relação entre os dois e Fahad al-Thumairy, um imã conservador da mesquita King Faad de Los Angeles e funcionário do consulado da Arábia Saudita naquela cidade.
De acordo com o memorando, a fonte disse ao FBI que Bayoumi estava escondendo, por trás de sua identidade de estudante, uma "posição muito alta" no consulado saudita. "A ajuda de Bayoumi a Hazmi e a Mihdhar inclui tradução, viagem, acomodação e financiamento", segundo o documento.
Ainda assim, o memorando não apresenta nenhum vínculo direto e claro entre o governo saudita e os sequestradores.
A Arábia Saudita afirma há tempos que não teve nenhum papel nos ataques, que deixaram 2.977 vítimas. Em um comunicado de 8 de setembro, a embaixada da Arábia Saudita disse que o país sempre defendeu a transparência em torno dos eventos de 11 de setembro e aprecia a divulgação de documentos confidenciais relacionados aos ataques.
"Assim como investigações anteriores mostraram, incluindo a Comissão do 9 de Setembro, nenhuma evidência surgiu indicando que o governo saudita ou seus funcionários tivessem conhecimento prévio do ataque terrorista ou estivesse de alguma forma envolvido", disse o documento da embaixada.
Quinze dos 19 sequestradores que articularam os ataques do 11 de Setembro eram da Arábia Saudita, assim como Osama bin Laden, morto em 2011. Uma comissão do governo dos Estados Unidos não encontrou evidências de que o país árabe financiou diretamente a Al Qaeda, grupo que era apoiado pelo Talibã na época. O documento, porém, deixou em aberto a questão se autoridades sauditas poderiam ter participado individualmente.
As famílias de cerca de 2.500 dos mortos no ataque e mais de 20 mil pessoas que foram prejudicadas no episódio, além de empresas e várias firmas seguradoras processaram a Arábia Saudita em bilhões de dólares.
Em um comunicado em nome da organização 9/11 Families United, Terry Strada, cujo marido foi morto no 11 de Setembro, disse que o documento divulgado pelo FBI neste sábado elimin dúvidas sobre o envolvimento saudita nos ataques.
"Agora os segredos dos sauditas foram divulgados, passou do momento deste reino assumir o papel de seus funcionários no assassinato de milhares de pessoas em território americano", disse o comunicado.

Cerimônias marcam 20 anos dos atentados

Eventos recordando os ataques foram realizados em Nova York, Washington e Pensilvânia

Eventos recordando os ataques foram realizados em Nova York, Washington e Pensilvânia


ROBERTO SCHMIDT/AFP/JC
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os ex-presidentes Barack Obama e Bill Clinton participaram no sábado (11), em Nova York, de cerimônia que marcou os 20 anos dos atentados de 11 de setembro. A bandeira dos Estados Unidos foi levada até o memorial de Manhattan,local onde estavam as duas torres gêmeas que caíram durante os ataques.
Quase 3 mil pessoas, cujos nomes foram lembrados na cerimônia, morreram nos ataques.
Um momento de silêncio foi observado às 8h46 (horário local), hora precisa em que o primeiro avião, desviado pelos terroristas da Al Qaeda, bateu na Torre Norte
Depois de Nova York, Biden visitou o Pentágono, em Washington, e o estado da Pensilvânia, outros locais vítimas dos atentados. No último, a vice-presidente, Kamala Harris, e o ex-presidente George W. Bush discursaram.
O republicano, que comandava o país à época, afirmou que nos últimos anos, o EUA viram que "os perigosos vem não apenas além das fronteiras", e que há pouca diferença cultural entre "extremistas violentos fora e o que estão em casa". Bush ressaltou o desdém pela vida humana dos extremistas, e reafirmou a importância de confrontá-los. Biden elogiou o discurso de Bush, o chamando de "genuinamente bom, falando sobre quem nós somos".
Uma série de figuras globais seguiu ao longo do dia prestando condolências pela ocasião. A Família Real britânica emitiu uma nota afirmando que as preces e pensamentos da Rainha Elizabeth II estavam com as "vítimas, sobreviventes e famílias afetadas" pela tragédia.
Atentados
Em 11 de setembro de 2001, dois aviões de passageiros bateram, com alguns minutos de intervalo, nas torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, provocando o seu desabamento poucas horas após o impacto.
Um terceiro avião pilotado por terroristas colidiu pouco depois contra o edifício do Pentágono, em Washington, e um quarto avião caiuem um descampado em Shanksville, no estado da Pensilvânia, após os passageiros e tripulantes terem tentado tomar o controledo aparelho.
Os atentados praticados por membros do grupo terrorista Al Qaeda causaram a morte decerca de 3 mil pessoas.