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Internacional

- Publicada em 07 de Setembro de 2021 às 16:03

Governo da Venezuela e oposição fecham acordo sobre gestão da pandemia de Covid

Novo encontro abordará a reforma do Judiciário e a recuperação de direitos políticos e civis, informou Blyde

Novo encontro abordará a reforma do Judiciário e a recuperação de direitos políticos e civis, informou Blyde


PEDRO PARDO/AFP/JC
O governo e a oposição da Venezuela alcançaram, na segunda-feira (6), acordos parciais com o objetivo de estabelecer mecanismos para a gestão da pandemia de Covid-19 e anunciaram uma nova reunião no fim do mês na Cidade do México, onde acontecem as conversações. Essa foi a segunda reunião na retomada do diálogo, que teve seu primeiro encontro em 13 de agosto.
O governo e a oposição da Venezuela alcançaram, na segunda-feira (6), acordos parciais com o objetivo de estabelecer mecanismos para a gestão da pandemia de Covid-19 e anunciaram uma nova reunião no fim do mês na Cidade do México, onde acontecem as conversações. Essa foi a segunda reunião na retomada do diálogo, que teve seu primeiro encontro em 13 de agosto.
Como objetivo principal, as negociações, com mediação da Noruega, buscam a suspensão das sanções econômicas contra a Venezuela e a garantia de eleições livres no país. O documento acrescenta que cada parte concorda em designar três representantes para formar uma Mesa Nacional de Atenção Social para abordar áreas de saúde e alimentação.
O diálogo acontece visando as eleições de governadores e prefeitos em novembro, nas quais participarão os principais partidos políticos da oposição, o que rompe um boicote eleitoral de três anos. "As partes concordaram em estabelecer mecanismos de recuperação e obtenção de recursos para atender às necessidades da pandemia de Covid-19, incluindo aqueles procedentes de organismos multilaterais", afirma um comunicado conjunto publicado ao final do encontro.
Os mecanismos incluem recorrer a recursos de ativos como os que concede o Fundo Monetário Internacional, por meio dos Direitos Especiais de Giro (DEG) para proporcionar liquidez a seus países membros, afirmou Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional (Parlamento do país) e homem de confiança do presidente Nicolás Maduro.
As partes também concordaram com um novo encontro na Cidade do México de 24 a 27 de setembro. A pauta do novo encontro será a reforma do Judiciário e a recuperação de direitos políticos e civis, já que questões relacionadas a esses temas, como a situação de presos políticos, não foram discutidas desta vez. "É um tema profundo, complexo, mas pelo qual devemos começar a reinstitucionalização democrática do país", argumentou o líder dos negociadores da oposição, Gerardo Blyde.
O presidente Nicolás Maduro celebrou o resultado da reunião. "(Estou) feliz (...) estou de acordo, conseguimos no México, voltamos a conseguir no México. Conseguir o quê? Fazer a oposição extremista sentar, falar dos temas importantes da economia, da sociedade, dos temas do país", afirmou em um vídeo divulgado em sua conta do Twitter.
Enquanto o tom do chavismo foi otimista, o lado opositor mostrou-se mais cauteloso. "Não chegamos a discutir o tema dos presos políticos, dos exilados e perseguidos. Esse processo será longo e complexo. Não quero alimentar falsas expectativas, quero dizer aos venezuelanos que as coisas irão pouco a pouco, discutindo a fundo, e que as decisões serão tomadas depois de pensar bem e com uma boa assessoria", afirmou Blyde. Já Rodríguez reforçou que o regime se guia pela frase "nada está acordado até que tudo esteja acordado".
"Apesar do confronto de ideias que tivemos, uma expressão firme do que cada um pensava, como acontece em qualquer democracia, conseguimos fazer em um clima de empatia, de cordialidade, e conseguimos trabalhar juntos", declarou Rodríguez.
"É importante ter alcançado um espaço que esperamos que seja despolitizado para acordar todas estas medidas em matéria humanitária e, adicionalmente, que seja árduo, que não seja utilizado como bandeira política", acrescentou Blyde.
Blyde disse que evidentemente se busca acesso aos recursos para questões humanitárias e que as duas partes farão tudo o que estiver em suas mãos para conseguir isso.
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