De acordo com levantamento realizado pelo instituto Ipsos para o jornal El Comércio, o esquerdista tem 38% de aceitação entre os peruanos. Seu índice de rejeição é de 45%, e 17% dos entrevistados não opinaram. A pesquisa foi divulgada no domingo (15).
Seus antecessores no cargo nas duas últimas décadas - exceção feita ao interino Francisco Sagasti, eleito pelo Congresso - tiveram entre 55% e 60% de aprovação popular no início de seus mandatos.
Castillo recebeu 18,82% dos votos no primeiro turno, em abril, e foi eleito em junho com uma pequena margem sobre a direitista Keiko Fujimori: teve 50,13% dos votos.
A rejeição a Castillo se concentra especialmente entre os peruanos que vivem em Lima; na capital, sua desaprovação atinge 66%.
Já nas regiões do interior, onde os chamados "ronderos" - militantes das "rondas campesinas", milícia que ajudou a eliminar o grupo guerrilheiro Sendero Luminoso - têm mais força, sua aprovação é maior. Em Ayacucho, por exemplo, onde foi celebrada a cerimônia de posse, a aprovação a Castillo é de 82%.
Bellido está no centro de um escândalo revelado pela imprensa peruana, acusado de participação em um esquema que cobrava subornos de comerciantes e fazendeiros na região de Junín. A investigação do caso pode prejudicar o premiê, que no próximo dia 26 de agosto precisa receber um voto de confiança ao ser apresentado ao Congresso. Segundo a Ipsos, 50% do Parlamento do Peru rejeita dar o voto de confiança a ele - 48% são a favor, e 2% não sabem.
O levantamento também sondou a opinião sobre uma possível ingerência de Vladimir Cerrón sobre o Executivo. Cerrón, líder do Perú Libre, partido de Castillo, seria inicialmente o candidato à presidência, mas acabou impedido de concorrer, condenado por corrupção durante sua gestão como governador de Junín. Entre os entrevistados, 40% consideram que Castillo "faz o que Cerrón quer", e 57%, que Guido Bellido o faz.