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Internacional

- Publicada em 01 de Agosto de 2021 às 17:27

Castillo acalma mercado peruano com posse de ministro da Economia

Escolha do esquerdista radical Guido Bellido Ugarte (d) para premiê não agradou os outros dois nomes

Escolha do esquerdista radical Guido Bellido Ugarte (d) para premiê não agradou os outros dois nomes


Ernesto ARIAS/Peruvian Presidency/AFP/JC
Depois de tomar posse no Peru, na quarta-feira (28), e não divulgar os nomes dos ministros escolhidos, o novo presidente Pedro Castillo vai, aos poucos, amainando o mercado. No sábado, foram empossados os ministros de Economia e de Justiça, o moderado Pedro Francke e o advogado Aníbal Torres, respectivamente.
Depois de tomar posse no Peru, na quarta-feira (28), e não divulgar os nomes dos ministros escolhidos, o novo presidente Pedro Castillo vai, aos poucos, amainando o mercado. No sábado, foram empossados os ministros de Economia e de Justiça, o moderado Pedro Francke e o advogado Aníbal Torres, respectivamente.
Na verdade, ambos já haviam aceito o convite do presidente, mas, diante da escolha do esquerdista radical Guido Bellido Ugarte para ser o primeiro-ministro, os dois deram para trás. Castillo passou longas horas na tentativa de convencê-los. Ugarte causou surpresa aos que consideravam que Castillo escolheria um nome mais conciliador para o cargo.
O novo chefe do gabinete de ministros responde a um processo por suposta "apologia ao terrorismo", por fazer elogios à ação do grupo guerrilheiro Sendero Luminoso, que trouxe horror e violência ao Peru nos anos 1980 e 1990. Ugarte também é famoso por frases homofóbicas e por afirmar, por exemplo, que os homossexuais deveriam deixar o país.
Francke vem assessorando Pedro Castillo desde a campanha eleitoral. O economista, formado na Pontifícia Universidade Católica do Peru, auxiliou políticos da esquerda moderada, como a ex-candidata Verónika Mendoza.
Em várias entrevistas, Francke afirmou que Castillo deve seguir o modelo do Uruguai, nos anos de governo da esquerdista Frente Ampla, com Tabaré Vázquez e Mujica (2005-2020). No período, o país adotou políticas econômicas pragmáticas que mantiveram o crescimento sustentável do país durante os 15 anos, ao mesmo tempo em que estenderam as políticas de proteção social aos mais humildes.
Francke não é a favor de estatizações nem de mudanças nos pilares da economia atual do país. Um de seus pedidos a Castillo, nos últimos dias, foi o de que o presidente do partido Perú Libre, Vladimir Cerrón, deixasse de criticá-lo publicamente. Em postagens em suas redes sociais, Cerrón afirmou que Francke não tinha a mesma linha ideológica do partido e estava mais alinhado aos "chicago boys", que apontariam para "uma política econômica que já falhou em tantos países".
A negociação teve efeito. Na noite de sexta-feira, Cerrón deu seu apoio, lançando a seguinte mensagem: "Pedro Francke tem todo o nosso apoio para aplicar a política econômica de estabilidade expressada no plano Bicentenário sem Corrupção".
A Torres, custou mais o fato de Ugarte ser tão duro em suas posições sobre diversidade sexual e contra políticas de direitos a minorias. Acabou aceitando depois que Castillo o convenceu de que Ugarte não terá influência em seu trabalho e que apoiará medidas neste setor. Castillo é um conservador nessas áreas e está contra o aborto, o matrimônio homossexual e a eutanásia, mas afirma que estes temas devem ser tratados no Parlamento.
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