O Partido Comunista de Cuba reagiu aos atos organizados contra o regime, há uma semana, e convocou milhares de apoiadores para se manifestarem nas ruas de Havana. Eles protestaram contra o embargo comercial imposto pelos Estados Unidos e reafirmaram apoio à Revolução Cubana.
Os grupos se reuniram na capital no sábado. Eles agitaram bandeiras de Cuba e do Movimento 26 de Julho (grupo revolucionário que derrubou o ditador Fulgêncio Batista, em 1959). Havia também cartazes com fotos de Fidel Castro (1926-2016) e de seu irmão mais novo, Raúl, que compareceu aos atos com seu uniforme de general.
Os manifestantes foram convocados por grupos que se dividem por bairros e são conhecidos como "comitês de defesa da revolução".
Aos gritos de "abaixo os ianques", a manifestação foi uma resposta aos protestos que eclodiram em várias partes do país no domingo anterior em meio à escassez generalizada de produtos básicos, demandas por direitos políticos e liberdade de expressão, e o pior momento epidemiológico desde o início da pandemia.
Após os atos da semana passada, o regime liberou a entrada de alimentos e remédios sem restrições a partir desta segunda-feira (19). O líder do país, Miguel Díaz-Canel, que acumula os cargos de presidente e dirigente do Partido Comunista, disse aos apoiadores que "o inimigo de Cuba se lançou mais uma vez para destruir a sagrada unidade e tranquilidade dos cidadãos. Convocamos vocês para denunciar mais uma vez o embargo, a agressão e o terror".
Díaz-Canel afirmou ainda que o regime cubano não reprime seu povo e que falsas imagens publicadas na internet glorificam o desacato e a destruição de bens. "Nenhuma mentira foi levantada por acaso ou por engano. Tudo é friamente calculado em um manual de guerra não convencional", acrescentou o líder cubano voltado a acusar os norte-americanos de fomentarem a revolta popular.