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Internacional

- Publicada em 17 de Julho de 2021 às 09:00

Como devem ficar as viagens internacionais no pós-pandemia?

Para os brasileiros, a crise no País atrapalha o reaquecimento do turismo internacional

Para os brasileiros, a crise no País atrapalha o reaquecimento do turismo internacional


Daniel LEAL-OLIVAS/AFP/JC
Os dados sanitários dos países se tornaram uma variável de peso - se não a principal - na equação que determina como ficam as viagens internacionais no pós-pandemia e quando será esse pós.
Os dados sanitários dos países se tornaram uma variável de peso - se não a principal - na equação que determina como ficam as viagens internacionais no pós-pandemia e quando será esse pós.
Como essas definições dependem de fatores que mudam com frequência, muitas das perguntas sobre o tema não têm respostas exatas. Mas já há um conjunto de informações que sugere os próximos passos.
Para os brasileiros, a crise no País atrapalha o reaquecimento do turismo internacional. Pouco mais de um ano e quatro meses desde que o primeiro caso de Covid foi identificado no Brasil, a média móvel de mortes segue alta. Na quinta-feira (15), era de 1.244 - com 18 dias de queda - e só cerca de 15% da população adulta está completamente imunizada com as duas doses ou com a vacina de dose única.

Hoje, para quais países os brasileiros podem viajar hoje?

Hoje, turistas brasileiros são aceitos em cerca de 75 países, na maioria dos quais é preciso apresentar um teste negativo para a Covid feito 72 horas antes da chegada e cumprir quarentena, que varia de uma a duas semanas.
Mas essa é uma informação que muda com frequência, já que as autoridades sanitárias de cada país reveem periodicamente as autorizações concedidas para viajantes estrangeiros. Um dos fatores usualmente levados em conta é o número de novos casos de Covid-19 a cada 100 mil habitantes nos últimos 14 dias - que não deve ultrapassar 75. No Brasil, a proporção atual é 9.166/100 mil, segundo dados computados pelo consórcio de veículos de imprensa.
São poucos os bancos de dados confiáveis que unem essas informações. Uma opção é o mapa virtual da Associação Internacional do Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês), em que é possível, um a um, observar se os países aceitam brasileiros e o que exigem para a viagem. Esse tipo de informação também costuma ser disponibilizada pelas companhias aéreas e nos sites das autoridades locais de cada país.

Quando podemos esperar uma volta da normalidade das viagens?

Esse horizonte depende de diferentes fatores relacionados à saúde pública. Na balança, encontram-se o avanço da vacinação, os índices de transmissão no país de origem e de destino do viajante e o eventual surgimento de novas variantes.
Caso os calendários estaduais de imunização sejam cumpridos, o Brasil deve observar maior abertura internacional para viagens em dezembro - supostamente, brasileiros com comorbidades e os maiores de 18 anos já estarão completamente imunizados, seja com as duas doses da vacina ou com a dose única.
Além do cenário interno do Brasil, há um fator externo que deve dar elementos para a tomada de decisão dos países de abrirem ou não suas fronteiras: o fim da temporada de verão na Europa, em meados de setembro. O avanço da vacinação no continente vinha dando bons sinais, mas agora o panorama é de cautela.
Países do Velho Continente vivem momentos distintos em relações às restrições. Nesta sexta-feira (16), enquanto a Justiça autorizou o toque de recolher noturno solicitado pelo governo regional catalão em Barcelona, na Espanha, a Torre Eiffel, na França, um dos pontos turísticos mais visitados do mundo voltou a receber visitantes.
O diretor-geral da Iata no Brasil, Dany Oliveira, diz trabalhar com a estimativa de que, em 2022, o número global de passageiros atinja 88% dos níveis pré-pandêmicos. Em 2023, esses níveis seriam ultrapassados.

A carteirinha de vacinação que recebi no posto servirá se eu quiser viajar para o exterior?

Por enquanto, sim. O turista brasileiro também pode acessar o app Conecte SUS, desenvolvido pelo Ministério da Saúde, e emitir a certificação digital de vacinação do coronavírus, disponível em português, inglês e espanhol.
O mais recomendável, em um momento no qual os protocolos ainda variam muito, é estar com os dois certificados em mãos - o recebido ao tomar a vacina e o emitido on-line -, observa a diretora global de publicidade e assuntos institucionais da empresa Decolar, Bruna Milet.
No caso de viagem para um país que exija que o turista esteja vacinado, também é fundamental checar se esse destino aceita o fármaco com o qual o turista foi imunizado, informação que pode ser verificada com as autoridades locais do país, agências de viagem ou companhias aéreas. Mas o uso desse tipo de comprovante deve ficar obsoleto à medida que o fluxo de viagens internacionais aumentar. "O mundo caminha para gerenciar os certificados e os resultados dos testes de maneira digital", diz Oliveira, da Iata.
O Brasil discute ainda a criação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária, documento que permite a pessoas que tiveram resultado negativo no teste de detecção da Covid ou que estão vacinadas circular em espaços públicos e privados. Projeto sobre o tema foi aprovado no Senado e agora aguarda avaliação da Câmara dos Deputados. Mas atenção: teria impacto apenas no turismo doméstico.

Na Europa, há um certificado digital de vacinação. Qual a função dele?

A União Europeia padronizou um certificado digital que centraliza informações de cidadãos e residentes dos 27 Estados-membros do bloco e da zona Schengen, que inclui Islândia, Liechtenstein, Noruega e Suíça. Ele passou a valer em 1º de julho.
Com o certificado, os residentes começaram a transitar com mais facilidade pelas fronteiras internas. Os países-membros devem permitir a entrada daqueles que, com o documento, comprovarem que tiveram resultado negativo para o coronavírus ou, então, estão completamente vacinados com imunizantes aprovados pela agência regulatória europeia (EMA) - neste momento, as vacinas desenvolvidas por Moderna, AstraZeneca, Pfizer e Janssen. Como é de praxe dos acordos firmados no bloco, cada país tem soberania para impor ou retirar quaisquer restrições de acordo com sua situação doméstica. Até o momento, Suíça e Croácia anunciaram que aceitarão os imunizados com a Coronavac, desenvolvida pela chinesa Sinovac e fabricada também no Brasil.
Estrangeiros não têm acesso a esse documento. Mas atualmente a União Europeia permite a livre entrada de turistas de 26 países, como EUA, Austrália e Japão. O Brasil não está na lista.

Existem planos de ter esse certificado em nível mundial?

Ainda não há sinalização sobre um certificado internacional de vacinação contra a Covid validado por organismos como a Organização Mundial da Saúde (OMS) – o órgão é contra esse documento. Mas a simplificação e a integração dos comprovantes estão no horizonte. Por ora, esse tipo de iniciativa tem partido de entidades privadas.
A Iata, por exemplo, atua ao lado da Organização de Aviação Civil Internacional e da OMS para padronizar os certificados de vacinação e de testes e promover o reconhecimento mútuo entre países. A associação desenvolve o Iata Travel Pass, um aplicativo em fase de testes que, entre outras informações, deve reunir o certificado de vacinação, o resultado de testes para o coronavírus e se a pessoa já teve ou não a doença.
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