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Internacional

- Publicada em 09 de Julho de 2021 às 17:33

Sob pressão, EUA deixará de prender maioria das imigrantes grávidas em situação irregular

Imigrantes que tiveram filhos há menos de um ano ou que estão amamentando não serão mais detidas

Imigrantes que tiveram filhos há menos de um ano ou que estão amamentando não serão mais detidas


Paul Ratje/AFP/JC
O governo dos Estados Unidos vai aliviar restrições e evitar prisões de imigrantes que chegarem ao país de forma ilegal e estejam grávidas, no pós-parto ou amamentando. A medida está na nova política publicada pelo Serviço de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (9).
O governo dos Estados Unidos vai aliviar restrições e evitar prisões de imigrantes que chegarem ao país de forma ilegal e estejam grávidas, no pós-parto ou amamentando. A medida está na nova política publicada pelo Serviço de Imigração e Controle Aduaneiro (ICE, na sigla em inglês) nesta sexta-feira (9).
A administração do presidente Joe Biden vem sofrendo forte pressão por conservar políticas anti-imigratórias da gestão de seu antecessor, Donald Trump, como o envio de aviões fretados com deportados, a manutenção de centros de detenção superlotados nas fronteiras e a restrição do número de refugiados aceitos no país - nesse último ponto, o democrata recuou após críticas.
Agora, oficiais do ICE deixarão de prender imigrantes que tiveram filhos há menos de um ano ou que ainda estejam amamentando, a não ser em casos específicos - se a pessoa detida oferecer risco iminente de violência ou morte ou se apresentar ameaça à segurança nacional. "Isso se refletirá no nosso compromisso de tratar todos os indivíduos com respeito e dignidade, ao mesmo tempo que garantimos a aplicação da lei", disse o diretor do órgão, Tae D. Johnson, em comunicado à imprensa. "Nas circunstâncias específicas em que a detenção é necessária e apropriada, o ICE vai providenciar assistência à saúde e bem-estar, incluindo avaliação médica", afirma o órgão.
De acordo com o New York Times, no entanto, a medida não se aplica aos que estiverem sob custódia do departamento de Proteção de Fronteira e Aduana (CBP, na sigla em inglês), órgão sob o qual imigrantes detidos atravessando a fronteira são mantidos por alguns dias até serem entregues ao ICE.
Desde 2016, quando Trump assumiu a presidência norte-americana e alterou a política anterior de Barack Obama, segundo a qual estrangeiros sem documentos eram presos apenas em casos extraordinários, mais de 4.000 imigrantes grávidas foram detidas, segundo números obtidos pelo jornal norte-americano.
O número de grávidas em custódia caiu recentemente, em parte devido às medidas para reduzir aglomerações, num esforço para controlar a disseminação da Covid-19. Hoje, há menos de 20 imigrantes gestantes presas, que ficam detidas em média durante três dias, de acordo com a publicação.
A nova política foi considerada mais progressista do que a do governo Obama, porque o texto atualizado usa linguagem neutra - sem distinção de gênero - ao se referir aos gestantes, indicando que homens transsexuais que engravidarem também serão beneficiados.
A crise migratória é a mais grave do governo Biden até agora, com o maior fluxo de imigrantes nos EUA em duas décadas. Quase 900 mil pessoas foram presas na fronteira de outubro do ano passado até maio - a maioria do México, Guatemala, Honduras e El Salvador. Mas o que tem chamado a atenção das autoridades são os elevados índices de pessoas que viajam de países mais distantes, como Brasil e Equador, que teve 32 mil cidadãos detidos desde outubro. Antes do pico de 2019, o número de brasileiros que tentavam entrar nos EUA sem documento não passava de 3.500 em toda a fronteira.
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