Os imunizantes serão despachados nesta quinta-feira (24), saindo da Flórida, e chegarão ao aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Esse é o maior número de vacinas mandadas pelos Estados Unidos para qualquer país até agora de forma direta - ou seja, fora do escopo do Covax, iniciativa vinculada à Organização Mundial da Saúde (OMS) para a distribuição de imunizantes a nações em desenvolvimento.
A informação foi antecipada pela GloboNews e confirmada por Kevin Munoz, secretário-assistente de imprensa da Casa Branca, nas redes sociais. Ele disse que o governo norte-americano vai continuar nesta quinta "o trabalho de enviar mais vacinas para o mundo e acabar com o vírus em todos os lugares, com 3 milhões de doses para o Brasil."
A negociação para a nova doação foi feita diretamente entre a Casa Branca e o governo brasileiro, que fez seu primeiro contato em busca de vacinas em março, depois do pedido de outros líderes da região, como o presidente mexicano.
Até agora, o Brasil não aparecia na lista de doações diretas de vacinas dos EUA, mas somente via Covax - os norte-americanos já anunciaram que cerca de 20 milhões de doses serão compartilhadas com países da América Latina e Caribe nas próximas semanas, parte do total de 80 milhões de doses prometidas por Joe Biden para diversos países do mundo.
O número para a região que inclui o Brasil foi considerado baixo diante dos 438 milhões de habitantes que vivem nos países latino-americanos e caribenhos. Via Covax, o Brasil terá que dividir as doses com Argentina, Colômbia, Peru, Equador, Paraguai, Bolívia, Uruguai, Guatemala, El Salvador, Honduras, Haiti, República Dominicana, Panamá, Costa Rica e outras nações do Caribe.
No plano dos EUA, cerca de 75% das doses são distribuídos via Covax, de acordo com a participação de cada país no consórcio, enquanto 25% são enviados diretamente a países considerados parceiros dos norte-americanos e que, segundo as autoridades do governo Biden, vivem um surto muito grave de Covid-19.