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Internacional

- Publicada em 08 de Junho de 2021 às 16:45

Apuração se aproxima do fim e Castillo encaminha vitória no Peru

Candidato da esquerda tem mantido vantagem de quase 70 mil votos sobre adversária

Candidato da esquerda tem mantido vantagem de quase 70 mil votos sobre adversária


LUKA GONZALES/AFP/JC
Com 96,02% das urnas contabilizadas, o candidato de esquerda Pedro Castillo mantinha a vantagem sobre a direitista Keiko Fujimori, encaminhando, assim, a vitória na disputa pela presidência do Peru. Castillo tinha 50,20% dos votos válidos, contra 49,79% de Keiko - uma diferença de 69,7 mil votos.
Com 96,02% das urnas contabilizadas, o candidato de esquerda Pedro Castillo mantinha a vantagem sobre a direitista Keiko Fujimori, encaminhando, assim, a vitória na disputa pela presidência do Peru. Castillo tinha 50,20% dos votos válidos, contra 49,79% de Keiko - uma diferença de 69,7 mil votos.
Com a derrota cada vez mais real, a filha do ex-ditador Alberto Fujimori lançou mão de uma tática que já foi vista nas eleições dos Estados Unidos: acusou o pleito de fraude. Na noite desta segunda-feira, a candidata direitista afirmou que foram detectadas "diversas irregularidades" na votação, o que acarretaria uma "fraude sistemática" no pleito no país.
O Júri Nacional de Eleições, porém, informou que a Missão de Observadores da União Interamericana de Órgãos Eleitorais apresentou relatório no qual afirma que o pleito ocorreu de modo regular e com êxito.
A declaração foi corroborada pela Missão de Observação Eleitoral da OEA (Organização dos Estados Americanos), liderada pelo ex-chanceler do Paraguai Rubén Ramírez Lezcano. Para o órgão, eventuais inconformidades "não comprometeram a eleição como um todo" e podem ser "resolvidas pela via legal".
O analista Fernando Tuesta, ex-titular da Onpe, o órgão eleitoral peruano, diz que a atitude de Keiko ao apontar uma possível fraude é "repugnante". "Ela já deixou de reconhecer os resultados em oportunidades anteriores. E, devido a essa posição, levou o país a níveis de ingovernabilidade que sofremos até hoje."
Um dia antes, durante o café da manhã com eleitores -uma tradição dos candidatos presidenciais no dia da votação-, ela disse que aceitaria os resultados e assumiu um compromisso de respeitar a vontade popular. "Será a decisão que o nosso país definir, se tenho que servir como presidente do Peru ou como uma simples cidadã", afirmou, no domingo (6).
O discurso de Keiko, no entanto, foi mudando de tom conforme a apuração avançava e Castillo assumia a liderança.
Assim, no fim da noite de segunda a filha do autocrata Alberto Fujimori, que liderou o Peru de 1990 a 2000, convocou jornalistas para acusar a existência de fraude e dizer que há uma "clara intenção de boicotar a vontade popular". "Estamos recebendo notícias de irregularidades e por isso pedimos a ajuda de vocês, eleitores e apoiadores", disse.
Se a vitória de Castillo se concretizar, ele será o primeiro presidente peruano sem vínculos com as elites políticas, econômicas e culturais. Sindicalista e professor do ensino médio, ele ficou conhecido nacionalmente ao liderar greves de docentes, a mais famosa delas em 2017.
Castillo defende maiores salários aos empregados do setor da educação, tem um discurso anticorrupção e propõe dissolver o Tribunal Constitucional e a Constituição de 1993 -segundo ele, os responsáveis por permitir práticas irregulares
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