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Internacional

- Publicada em 03 de Junho de 2021 às 20:18

Oposição confirma coalizão para derrotar Netanyahu

Naftali Bennett, ex-aliado do atual premiê, deve assumir o cargo

Naftali Bennett, ex-aliado do atual premiê, deve assumir o cargo


/YONATAN SINDEL/POOL/FLASH 90 LOCAL POOL/AFP/JC
Com sua era como líder do governo de Israel por um fio, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu adotou em suas redes sociais uma estratégia de combate ao bloco de oposição que pode pôr fim a seu período de 12 anos no cargo. Nesta quinta-feira, em publicações no Twitter, o premiê disse que "todos os legisladores eleitos por votos da direita devem se opor a este perigoso governo de esquerda".
Com sua era como líder do governo de Israel por um fio, o primeiro-ministro Binyamin Netanyahu adotou em suas redes sociais uma estratégia de combate ao bloco de oposição que pode pôr fim a seu período de 12 anos no cargo. Nesta quinta-feira, em publicações no Twitter, o premiê disse que "todos os legisladores eleitos por votos da direita devem se opor a este perigoso governo de esquerda".
O premiê se refere à coalizão anunciada na quarta-feira, depois de 28 dias de negociações, por Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid e cabeça do bloco que agora busca sustentação no Parlamento para formar um novo governo.
Embora tenha membros da esquerda radical, como os do partido Meretz, a coalizão também é formada por legendas de espectros que vão do centro à direita nacionalista. Em comum, apenas a vontade de afastar Netanyahu, o mais longevo primeiro-ministro da história israelense e o primeiro a enfrentar acusações criminais - corrupção, suborno e fraude - durante o mandato.
Lapid é o atual chefe da oposição, mas quem vai assumir o cargo de primeiro-ministro nos primeiros dois anos do novo governo será Naftali Bennett, líder da legenda de ultradireita Yamina e antigo aliado de Netanyahu.
Em outra publicação no Twitter, Netanyahu destacou os vínculos da nova aliança com Mansour Abbas, líder da Lista Árabe Unida (ou Ra'am), partido que representa a minoria árabe em Israel e também compõe a coalizão. A postagem inclui um vídeo em que Bennett aparece dizendo que Abbas "visitou terroristas assassinos na prisão" após um ataque em 1992 no qual cidadãos árabes de Israel mataram três soldados.
A tentativa de associação pejorativa reitera, ainda que de forma indireta, posturas de Netanyahu que lhe renderam acusações de racismo. No passado, o premiê instou seus partidários a votarem usando o argumento de que "os árabes estavam indo às urnas em massa" - algo que soa como uma ameaça para a direita nacionalista.
No total, a coalizão será formada por oito partidos: Yamina, Israel Nossa Casa, Nova Esperança (as três de direita), Yesh Atid, Azul e Branco (ambas de centro), Trabalhista, Meretz (dupla de esquerda) e Ra'am. Inicialmente, a expectativa era a de que o Ra'am apenas apoiasse a aliança no Parlamento, sem fazer parte formalmente do governo. No início da semana, no entanto, Abbas afirmou que irá fazer parte do grupo e que espera indicar alguns nomes para o segundo escalão - será a primeira vez na história que uma legenda árabe vai integrar o governo israelense.
A união entre diferentes forças do espectro político foi a única maneira encontrada para pôr fim à atual crise política em Israel, que já dura mais de dois anos. Nesse período foram realizadas quatro eleições, mas todas terminaram com resultados inconclusivos, com um bloco de apoio a Netanyahu e, outro, de oposição, sendo que nenhum dos dois lados tinha cadeiras suficientes para governar sozinho, criando um impasse.
O próximo passo é a aprovação do novo gabinete pelo Knesset, o Parlamento de Israel. Apenas quando todo esse processo for concluído, o novo primeiro-ministro tomará posse, e Netanyahu deixará o cargo.
A sessão parlamentar na qual a nova coalizão pode ser aprovada por maioria simples, no entanto, pode estar a até 12 dias de distância, disse nesta quinta-feira Avigdor Lieberman, líder conservador do Israel Nossa Casa. Qualquer tentativa de antecipar a votação deve ser barrada pelo presidente do Parlamento, Yariv Levin, aliado de Netanyahu, o que gera a expectativa de que o premiê deve seguir tentando reverter o cenário que lhe é desfavorável.
 
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