O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, informou nesta quarta-feira que instruiu as agências de inteligência norte-americanas a intensificarem as investigações sobre a origem do coronavírus na China e cobrou um relatório com os resultados em até 90 dias. "Os EUA também continuarão trabalhando com parceiros com ideias semelhantes em todo o mundo para pressionar a China a participar de uma investigação internacional completa, transparente e baseada em evidências e fornecer acesso a todos os dados e evidências relevantes", afirmou, em comunicado.
O democrata ressaltou que, quando tomou posse, exortou Pequim a fornecer ao Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) informações sobre o vírus. "A falha em colocar nossos inspetores no local naqueles primeiros meses sempre dificultará qualquer investigação sobre a origem da Covid-19", ressaltou.
Segundo Biden, em abril, a inteligência dos EUA revelou um relatório que detalha conclusões a respeito das dúvidas sobre o coronavírus surgiu de um acidente de laboratório ou se passou de um animal a um ser humano.
Os EUA lideram uma campanha internacional para pressionar a China a melhorar a transparência sobre os eventos iniciais que levaram à disseminação do vírus em Wuhan. No início do ano, uma missão de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) esteve no país asiático para apurar o caso, mas os resultados foram inconclusivos.
No último domingo, uma reportagem do jornal The Wall Street Journal reacendeu o debate ao revelar que três pesquisadores do Instituto de Virologia de Wuhan procuraram cuidados hospitalares em novembro de 2019, antes do início da epidemia.
A pressão dos Estados Unidos foi reforçada pela vice-secretária de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira. Segundo ela, a China não foi transparente o suficiente sobre a origem do novo coronavírus. "Temos dito isso há muito tempo", frisou Karine. Segundo a assessora, é importante saber a origem exata do vírus na China para que os países possam se preparar para uma possível nova pandemia.