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Internacional

- Publicada em 09 de Maio de 2021 às 17:54

Itamaraty muda rumo e sinaliza apoio à negociação na Venezuela

Brasil ainda reconhece Guaidó e segue sem acreditar em Maduro

Brasil ainda reconhece Guaidó e segue sem acreditar em Maduro


STF/AFP/JC
Distanciando-se da postura de confrontação total com a Venezuela, o novo comando do Itamaraty abandonou os ataques ao governo de Nicolás Maduro, sinalizou apoio a que a ditadura abra uma mesa de negociação com a oposição e reduziu contatos com aliados do líder antichavista Juan Guaidó.
Distanciando-se da postura de confrontação total com a Venezuela, o novo comando do Itamaraty abandonou os ataques ao governo de Nicolás Maduro, sinalizou apoio a que a ditadura abra uma mesa de negociação com a oposição e reduziu contatos com aliados do líder antichavista Juan Guaidó.
Com isso, o novo chanceler Carlos França marca uma diferença de seu antecessor, Ernesto Araújo, que desde 2019 promoveu uma política de amplo apoio a Guaidó e manteve as portas da chancelaria abertas para seus aliados no Brasil.
A mudança de rumo foi arquitetada por diplomatas para afastar o Brasil de choques considerados desnecessários com a administração Maduro, um pleito que vinha sendo feito pela ala militar e por setores pragmáticos no governo.
Também é um reflexo das alterações no cenário internacional. A linha patrocinada por Ernesto - que frequentemente denunciava uma narcoditadura e um "complexo criminoso-político" chavista - perdeu seu principal fiador com a saída do ex-presidente Donald Trump da Casa Branca.
No lugar do republicano, Joe Biden pretende enfrentar o tema Venezuela mantendo a ofensiva diplomática e econômica, mas abrindo a possibilidade de algum tipo de negociação com o governo. A avaliação interna no novo comando do Itamaraty é que a administração chavista se solidificou no poder, apesar da estratégia de pressão máxima exercida nos anos Trump.
Nesse sentido, os constantes ataques de Ernesto a Maduro serviam para o ex-chanceler atender a base mais radical do bolsonarismo, mas não traziam benefícios para o Brasil no contexto regional. A nova postura não significa, afirmam interlocutores, um endosso a Maduro, mas aponta para um reconhecimento da realidade. Goste o Brasil ou não, Maduro segue no poder, e canais mínimos de comunicação com o governo vizinho precisam ser cultivados.
Porém, isso não quer dizer que o Brasil tenha mudado a essência da sua política em relação à Venezuela. Pessoas envolvidas no tema dizem que o Itamaraty segue sem acreditar em nenhuma promessa de abertura feita pelo chavismo e que continua reconhecendo Guaidó como presidente venezuelano.
Descartam ainda que o Brasil planeje voltar atrás e deixar de tratar Guaidó como líder de direito do país vizinho. Em janeiro, a União Europeia retirou seu reconhecimento ao opositor venezuelano como presidente interino.
Interlocutores também afirmam que o Itamaraty considera a embaixadora María Teresa Belandria como legítima representante do governo venezuelano no Brasil, um status conferido a ela por Ernesto ainda em 2019. Porém, o nível de contato do Itamaraty com aliados de Guaidó é menor do que o que havia com Ernesto.
Há mais de um mês no cargo, França ainda não conversou com Julio Borges, que atua como chanceler da oposição venezuelana. O contato não ocorreu mesmo ele tendo realizado videoconferências com diversos homólogos vizinhos.
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