Às 8h20min de Brasília, o barril de petróleo WTI para maio subia 2,10% a US$ 59,79, enquanto o de Brent para junho avançava 1,97%, a US$ 63,02. A commodity já havia se fortalecido na terça-feira com a notícia sobre o bloqueio em Suez, mas na quinta-feira teve forte correção negativa por preocupações sobre o avanço da pandemia.
"Podemos ficar aqui por dias. Nada está se movendo, e a conversa no rádio é que ficaremos aqui até o fim de semana.", disse ao Wall Street Journal Manolis Kritikos, mecânico de um navio-tanque operado pela Grécia preso na hidrovia.
De acordo com o site Marine Traffic, que acompanha o trânsito marítimo mundial, mais de 100 navios estão parados nas proximidades de Suez e aguardam o desbloqueio do canal para seguir viagem. Para além de atrasos nas entregas, circula no mercado o temor de encarecimento de fretes, caso o impasse com o Ever Given não seja resolvido rapidamente.
As transportadoras Maersk e Hapag-Lloyd AG já consideram desviar seus navios pela África, evitando o engarrafamento na hidrovia. "Estamos considerando todas as opções de entrega de carga para nossos clientes, incluindo transporte aéreo, ferroviário e envio de navios pela África do Sul, mas nenhuma decisão foi tomada", disse um porta-voz da Maersk ao Wall Street Journal. A dinamarquesa Torm AS informa que seus clientes já perguntam quanto custaria para tornar o desvio possível.
Também nesta sexta-feira, a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki, afirmou que o governo norte-americano monitora de perto a situação no Canal do Suez. Segundo ela, os Estados Unidos ofereceram assistência ao Egito e estão avaliando a melhor maneira de ajudar.
Em entrevista coletiva, a porta-voz comentou que uma das preocupações é com o impacto do bloqueio nos mercados de energia, uma vez que o canal representa uma das principais rotas comerciais do setor.