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Internacional

- Publicada em 21 de Março de 2021 às 19:55

Israel vai às urnas em 4ª eleição em dois anos

Sucesso na condução da pandemia é trunfo de Netanyahu

Sucesso na condução da pandemia é trunfo de Netanyahu


JACK GUEZ/AFP/JC
A continuidade do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, há 12 anos no poder e à frente do tradicional partido conservador Likud, é o que estará em jogo quando os israelenses forem às urnas novamente - pela quarta vez em apenas dois anos - nesta terça-feira.
A continuidade do primeiro-ministro Binyamin Netanyahu, há 12 anos no poder e à frente do tradicional partido conservador Likud, é o que estará em jogo quando os israelenses forem às urnas novamente - pela quarta vez em apenas dois anos - nesta terça-feira.
A votação será um referendo pessoal do primeiro-ministro mais longevo no cargo desde a criação do Estado de Israel, em 1948, e que enfrenta na Justiça três acusações de corrupção. Netanyahu é amado ou odiado, e ninguém se mantém indiferente a ele. Para Jonathan Rynhold, professor da Universidade Bar Ilan, tradicionais questões ideológicas passam ao largo desse pleito, que se resume "ao caráter, às prioridades e à capacidade do primeiro-ministro".
Segundo Rynhold, os israelenses ainda estão sob o trauma da Segunda Guerra do Líbano (2006), dos conflitos com o grupo islâmico Hamas e de eventuais ataques. "Tudo o que a população quer é calma. Ela aceita qualquer líder que consiga gerenciar o conflito, porque já não acredita em grandes soluções", afirma.
Assim, pesquisas de intenção de voto e analistas apontam que o Likud, partido de Netanyahu, deve receber a maior quantidade de votos. A favor de Netanyahu - o mais hábil líder israelense nas últimas décadas - está a alta aprovação popular da condução da pandemia de Covid-19 em Israel.
Com mais de 50% da população vacinada e a imposição de medidas de restrição, os números de infectados, internados e mortos por Covid-19 despencaram no país, e a vida volta lentamente a algo parecido com normalidade. Netanyahu é considerado o responsável pelo êxito.
Ele também exibe como trunfo a assinatura dos chamados Acordos de Abraão de normalização diplomática com Emirados Árabes Unidos, Bahrein, Sudão e Marrocos, na prática uma aliança anti-Irã que contou com mediação do ex-presidente dos EUA Donald Trump.
A pergunta é se esses sucessos serão o suficiente para a formação de um governo viável que o mantenha no poder - o que Netanyahu desesperadamente precisa para tentar obter imunidade e se livrar de possíveis condenações por corrupção. Poucos acreditam que o atual premiê conseguirá formar uma coalizão estável e duradoura. A sensação é a de que será um déjà vu das três votações anteriores, de abril e setembro de 2019 e de março de 2020, que levaram a governos frágeis e temporários.
Há quem já fale em um quinto pleito daqui a seis meses antes mesmo de as urnas abrirem. O motivo é a pulverização das intenções de votos em novos e numerosos partidos, o que tornará difícil um bloco de 61 das 120 cadeiras do Knesset, o Parlamento do país. Desta vez, há um elemento que pode fazer a diferença no impasse. O campo dos que querem o premiê fora ganhou membros da própria direita, da qual Netanyahu é o maior representante desde 2009.
 
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