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Internacional

- Publicada em 07 de Fevereiro de 2021 às 11:11

Julgamento do impeachment de Trump será ajuste de contas entre republicanos

Processo contra ex-presidente dos Estados Unidos inicia nesta terça-feira (9)

Processo contra ex-presidente dos Estados Unidos inicia nesta terça-feira (9)


ANDREW CABALLERO-REYNOLDS/AFP/JC
O julgamento do segundo impeachment de Donald Trump, que começa na terça-feira (9), deve trazer menos desafios para o ex-presidente do que para o futuro dos republicanos. Trump caminha para a absolvição graças aos senadores do partido. Já a legenda tenta sobreviver em uma capital dominada pelos democratas, diante do crescimento do extremismo de sua base, divisões internas e sob a influência política de Trump.
O julgamento do segundo impeachment de Donald Trump, que começa na terça-feira (9), deve trazer menos desafios para o ex-presidente do que para o futuro dos republicanos. Trump caminha para a absolvição graças aos senadores do partido. Já a legenda tenta sobreviver em uma capital dominada pelos democratas, diante do crescimento do extremismo de sua base, divisões internas e sob a influência política de Trump.
"Há uma percepção entre os republicanos de que a ala trumpista controla a base do partido. Fora dos microfones, os republicanos que estão em Washington estão aliviados que Trump tenha ido embora, mas sabem que, no nível estadual e com a base, o trumpismo continua sendo muito influente", afirma o coordenador da pós-graduação em relações internacionais da FGV-SP, Oliver Stuenkel.
Os democratas já sabem que não terão 17 votos de republicanos no Senado contra o presidente, o necessário para condená-lo e torná-lo inelegível na próxima eleição. A previsível absolvição de Trump é sinal de que a base eleitoral do partido está mais próxima das visões do ex-presidente do que do conservadorismo moderado, afirma Stuenkel. "Aquele sonho do Lincoln Project de que a ala moderada voltaria a controlar o partido parece distante hoje", aponta. O Lincoln Project é um dos grupos de republicanos dissidentes que romperam com Trump.
Durante a eleição, nomes tradicionais do partido apelaram para que eleitores votassem em Biden, num sinal da insatisfação de republicanos que se consideram moderados. "Em tempos normais, algo assim provavelmente não aconteceria. Mas estes não são tempos normais", disse o ex-governador de Ohio, John Kasich e republicano desde a juventude ao participar da convenção democrata que nomeou Joe Biden, no ano passado. Kasich foi crítico à escolha de Trump como candidato do partido em 2016, mas se recusou a votar em Hillary Clinton.
Para os congressistas, no entanto, há um cálculo imediato: a eleição de meio de mandato, que renova parte do Congresso, acontece em menos de dois anos. Um voto contra Trump pode representar uma derrota política junto à base de eleitores no futuro próximo. "O partido está se tornando algo mais próximo de um culto pessoal do que de uma organização com base em um conjunto de princípios comuns", diz o cientista político e professor da Universidade de Michigan, Michael Traugott. "A absolvição de Trump aumentará a influência dele no partido", avalia.
Desde a invasão do Capitólio, no dia 6 de janeiro, os republicanos têm sido pressionados a se distanciar de teorias da conspiração e a condenar milícias de extrema direita. Os simpatizantes de Trump que invadiram o Congresso tentavam impedir um dos ritos de confirmação da eleição de Biden.
Muitos republicanos endossaram as teorias infundadas de Trump de que houve fraude na eleição, até mesmo mais de 150 deputados. Além de não contestar abertamente as teorias do ex-presidente, que serviram de base ao ataque ao Capitólio, alguns republicanos no Congresso têm laços com a extrema direita, conforme revelou o New York Times. Há investigações internas em andamento, mas nenhuma evidência de que algum dos parlamentares tenha ajudado os extremistas no ataque.
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