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Internacional

- Publicada em 24 de Janeiro de 2021 às 13:38

Alemanha vai adotar tratamento experimental usado por Trump

ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, está sob críticas pela lentidão na vacinação

ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, está sob críticas pela lentidão na vacinação


Michael Kappeler/POOL/AFP/JC
A Alemanha vai começar a usar em seus hospitais o mesmo tratamento experimental aplicado no ex-presidente dos EUA, Donald Trump: medicamentos baseados em anticorpos, peças-chave do sistema de defesa do corpo humano contra invasores.
A Alemanha vai começar a usar em seus hospitais o mesmo tratamento experimental aplicado no ex-presidente dos EUA, Donald Trump: medicamentos baseados em anticorpos, peças-chave do sistema de defesa do corpo humano contra invasores.
Os anticorpos se ligam a estruturas do vírus como a proteína S (de spike, ou espícula), usada pelo patógeno para invadir células humanas, e impedem que ele abra essa porta e infecte o paciente. Médicos e cientistas acreditam que ele pode ser útil para inibir e neutralizar o vírus, principalmente no momento inicial da doença.
Após a fase inicial de sintomas, o efeito benéfico dos anticorpos monoclonal se reduz, porque as piores complicações são inflamação e aumento da coagulação provocados pelo vírus.
A Alemanha não especificou de que fabricante será o remédio usado. Trump recebeu o tratamento Regn-Cov-2, um coquetel de dois anticorpos desenvolvido pela empresa americana Regeneron, mas produtos baseados em anticorpos monoclonais não estão entre os tratamentos autorizados pela EMA (agência regulatória da UE) para tratar Covid-19.
De acordo com o registro da entidade, foram aprovados até agora dois remédios: o corticóide dexametasona e o antiviral remdesivir. Há um protocolo de ensaios com produtos de anticorpos da Regeneron, ainda sem resultados, e coquetéis da empresa são listados como "sob aconselhamento", ainda em fase pré-clínica de ensaios.
Na lista da EMA há 9 coquetéis em análise, dos quais 4 estão em fase clínica: os desenvolvidos pelas empresas Sinocelltech (China), Vir Biotechnology/GSK (EUA/UK), Jiangsu Pacific Meinuoke Biopharmaceutical(China) e Biocon Biologics (Índia). Desde o começo da pandemia, já foram descobertos mais de 150 anticorpos monoclonais contra o Sars-Cov-2. Há 19 projetos de pesquisa no mundo, inclusive no Brasil, segundo o médico infectologista Esper Kallás, colunista da Folha de S. Paulo.
Nos EUA, a FDA (agência regulatória) autorizou o uso emergencial de alguns desses tratamentos em novembro e em dezembro do ano passado.
De acordo com o Ministério da Saúde alemão, foram compradas 200 mil doses de coquetéis de anticorpos monoclonais (ou seja, desenvolvidos em laboratório), que serão usados em hospitais universitários a partir da próxima semana. A EMA não tinha porta-vozes disponíveis no domingo para comentar o uso desse tipo de produto pela Alemanha.
Hospital em quarentena
O anúncio do novo remédio pelo ministro da Saúde, Jens Spahn, vem num momento em que ele está sob críticas pela lentidão na vacinação contra a Covid-19 e sob pressão de novas variantes do coronavírus, mais transmissíveis.
Em Berlim, o hospital Vivantes Humboldt em Berlim foi colocado em quarentena neste sábado (23) após 14 funcionários e pacientes terem sido infectados pela variante B.1.1.7, encontrada pela primeira vez no Reino Unido no final do ano passado.
Novas internações estão congeladas e casos de emergência foram transferidos para outros hospitais. O acesso à clínica foi restringido e serviços de entrega, proibidos. O hospital deve agora testar todos os pacientes e funcionários e sequenciar os vírus dos que tiverem resultado positivo. O funcionamento só voltará ao normal depois que os dados forem analisados pelas autoridades de saúde alemãs.
A preocupação com as novas variantes deve ser redobrada depois que o governo britânico afirmou, na sexta, que, segundo dados iniciais, a B.1.1.7 pode ser também mais letal, além de mais contagiosa. O alerta foi feito a partir de estudos de vários grupos científicos, mas os resultados ainda não são conclusivos.
Em relação às vacinas, a Alemanha aplicou até este domingo 1,63 milhão de doses, o equivalente a 1,95 dose por 100 habitantes, taxa considerada baixa para a maior economia europeia. Países mais pobres, como a Romênia, Portugal e a Espanha, já aplicaram mais doses em relação à população.
A Alemanha é fabricante de vacinas e sede da BioNTech, que, em associação com a Pfizer, produz um dos dois imunizantes já autorizados pela União Europeia. Ainda assim, tem sido afetada pela escassez de doses. A Pfizer cortou suas entregas na última semana em cerca da metade, sob a justificativa de que precisava fazer mudanças nas linhas para aumentar sua capacidade de produção.
Neste domingo (24), o governo alemão afirmou que pretende ter inoculado ao menos a primeira dose em todos os adultos do país até o final de agosto.
Agência Folhapress
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