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Internacional

- Publicada em 27 de Dezembro de 2020 às 10:01

Assassinatos de jornalistas dobram em 2020, diz ONG

No Afeganistão, jornalista Rahmatullah Nekzad foi morto em 21 de dezembro

No Afeganistão, jornalista Rahmatullah Nekzad foi morto em 21 de dezembro


AFP/JC
O número de jornalistas mortos como retaliação por seu trabalho dobrou em 2020 em relação ao ano anterior, aponta um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgado na terça-feira (22).
O número de jornalistas mortos como retaliação por seu trabalho dobrou em 2020 em relação ao ano anterior, aponta um relatório do Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) divulgado na terça-feira (22).
Desde o início do ano, 21 jornalistas foram assassinados por sua atuação profissional; nenhum deles no Brasil. Em 2019, foram 10 assassinatos desse tipo.
Há uma semana, o CPJ havia divulgado que um número recorde de jornalistas foi preso - 274 em 2020, enquanto os governos reprimiam a cobertura da pandemia de coronavírus ou tentavam suprimir os relatos de distúrbios civis.
"O fato de que os assassinatos estão aumentando e que o número de jornalistas presos atingiu um recorde este ano é uma demonstração clara de que a liberdade de imprensa está sob ataque sem precedentes em meio a uma pandemia", afirmou o diretor executivo do CPJ, Joel Simon.
Ele fez um apelo para que entidades e governos trabalhem em conjunto para reverter essa tendência. "É espantoso que os assassinatos de jornalistas tenham mais do que dobrado no ano passado e essa escalada representa o insucesso da comunidade internacional em enfrentar o flagelo da impunidade", disse.
México e Afeganistão foram os países com mais casos de jornalistas assassinados como resposta ao seu trabalho, com quatro repórteres mortos cada um. As Filipinas ficaram em segundo lugar, com três casos.
O México é apontado pelo CPJ como o país ocidental mais perigoso para a imprensa por causa dos inúmeros grupos de tráfico de drogas e da corrupção disseminada. Dois dos jornalistas assassinatos no país em 2020 estavam inscritos no Mecanismo Federal para a Proteção de Defensores dos Direitos Humanos e Jornalistas, informa o comitê.
O levantamento registra também ao menos um caso de assassinato público de um jornalista por um governo - o do repórter Ruhollah Zam, executado pelo Irã no último dia 12 por ter publicado textos críticos ao governo e divulgado locais e horários de protestos contra o regime iraniano.
Além dos jornalistas, ao menos um trabalhador de mídia foi assassinado: o motorista da Rádio e TV da Enikass Mohammad Tahir, morto com a jornalista Malalai Maiwand, no Afeganistão.
Por causa da pandemia e das restrições de viagem impostas pela doença, o número de jornalistas mortos em meio a combates ou fogo cruzado registrou o menor nível desde 2000. Foram três repórteres até 15 de dezembro, todos na Síria, supostamente atingidos por ataques aéreos russos, segundo o CPJ.
Outros seis jornalistas morreram enquanto trabalhavam em missões consideradas perigosas. Duas delas ocorreram no Iraque. No total, 30 profissionais morreram neste ano no exercício da profissão. O CPJ ainda investiga os assassinatos de outros 15 jornalistas em todo o mundo para identificar se foram motivados por sua atuação profissional.

Jornalistas mortos em 2020

Assassinados
Afeganistão: 4
México: 4
Filipinas: 3
Honduras: 2
Índia: 2
Bangladesh: 1
Iêmen: 1
Irã: 1
Paraguai: 1
Síria: 1
Somália: 1
Em meio a combates ou fogo cruzado
Síria: 3
 
Missões perigosas
Iraque: 2
Barbados: 1
Colômbia: 1
México: 1
Nigéria: 1
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