A Rússia anunciou que vai adotar sanções contra autoridades da União Europeia (UE), em resposta às medidas adotadas em outubro pelo bloco após o envenenamento do opositor Alexei Navalny, crítico do presidente Vladimir Putin.
A medida foi comunicada aos representantes das embaixadas de
França,
Alemanha e Suécia, convocados ao ministério das Relações Exteriores russo nesta terça-feira (22). Os três países afirmaram que identificaram uma substância neurotóxica do grupo Novichok no organismo do opositor, quando ele estava hospitalizado em Berlim.
Moscou chamou de inaceitáveis as sanções que afetam desde outubro várias autoridades do país, incluindo o diretor do FSB, o principal serviço de inteligência russo, "sob o pretexto de suposta participação no incidente vinculado com o cidadão Navalny". Há dois meses, UE e o Reino Unido impuseram sanções a seis autoridades russas e a um centro estatal de pesquisas, acusado de fornecer o veneno usado no ataque.
As novas sanções russas foram anunciadas um dia depois da divulgação de uma conversa telefônica na qual Navalny afirma que desmascarou um agente do FSB russo, e que o funcionário admitiu ter atuado no envenenamento dele. Na segunda-feira (21),
Navalny disse ter descoberto que foi envenenado por material tóxico colocado em sua cueca.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, voltou a criticar o opositor nesta terça-feira. "Me permito expressar uma opinião pessoal: o enfermo sofre manifestamente de mania de perseguição e vários sintomas de megalomania", declarou.
No final de agosto, ele se sentiu mal durante um voo, quando retornava a Moscou da cidade siberiana de Tomsk, onde havia se encontrado com aliados antes das eleições regionais que estavam marcadas para o mês seguinte.