O secretário de Defesa norte-americano, Mark Esper, foi demitido pelo presidente Donald Trump pelo Twitter e se tornou última vítima na sequência de demissões de funcionários de alto escalão da segurança nacional que discordaram dele. No Twitter, Trump anunciou que Esper estava "encerrado".
A queda de Esper era esperada havia meses, depois que ele tomou a rara medida de discordar publicamente de Trump em junho e dizer que tropas militares da ativa não deveriam ser enviadas para controlar a onda de protestos nas cidades norte-americanas provocada pela violência policial contra negros. O presidente, que havia ameaçado usar o Ato de Insurreição para fazer convocar os militares, ficou furioso, disseram as autoridades.
Esper disse que as circunstâncias não justificam o uso da lei, que pode dar a um presidente o poder de enviar tropas aos estados contra a vontade das autoridades locais. Após os comentários de Esper, a Casa Branca destacou que era uma decisão apenas do presidente.
Com a capital do país vivendo uma rotina de manifestações, Esper também deu ordens para que um batalhão da 82ª Divisão Aerotransportada e unidades da Polícia Militar retornassem à base após terem voado para a área de Washington. Segundo relatórios que citam fontes do governo na época, os assessores de Trump o aconselharam a não demitir seu segundo secretário de Defesa, e Esper foi orientado a não renunciar.
O secretário proibiu o hasteamento de bandeiras confederadas nas bases do Exército e também estava trabalhando com o Congresso em uma lei para renomear bases que levam nomes de generais confederados. Irritado, Trump disse que não permitiria que as bases fossem renomeadas, mas não anulou a proibição das bandeiras.
Esper teria escrito sua carta de demissão antes da eleição, e Trump pode ter agido antes. O presidente insistiu que demitiu o antecessor de Esper, James Mattis, em dezembro de 2018, embora a carta de renúncia de Mattis tenha sido divulgada antes. Em uma entrevista ao Military Times concedida no dia seguinte à eleição e publicada domingo (8), Esper disse que estava orgulhoso das ocasiões em que enfrentou Trump.