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Internacional

- Publicada em 09 de Novembro de 2020 às 13:31

Ditadura detém 1.000 manifestantes em um único dia na Bielorrússia

Polícia bloqueou a passagem de passeatas e arrastou pessoas que andavam em grupos menores

Polícia bloqueou a passagem de passeatas e arrastou pessoas que andavam em grupos menores


TUT.BY/AFP/JC
Mais de mil pessoas foram detidas neste domingo (8) em marcha contra a ditadura da Bielorrússia, o maior número depois dos registrados nos primeiros três dias de protestos contra fraude nas eleições presidenciais, em 9 de agosto.
Mais de mil pessoas foram detidas neste domingo (8) em marcha contra a ditadura da Bielorrússia, o maior número depois dos registrados nos primeiros três dias de protestos contra fraude nas eleições presidenciais, em 9 de agosto.
A polícia bloqueou a passagem de passeatas e arrastou pessoas que andavam em grupos menores em ao menos 12 locais da cidade. Moradores de Minsk flagraram manifestantes obrigados a passar todo o dia contra a parede de pátios de delegacia, com os braços levantados, o que é ilegal, segundo advogados ouvidos pela imprensa bielorrussa. Em um dos casos, os detidos ficaram 11 horas em pé, segundo vídeos da agência de notícias local Nash Niva.
Entre os detidos neste domingo estavam atletas premiados, como o medalhista de prata em decatlo nos Jogos Olímpicos de 2008 e um campeão de kickboxing e boxe tailandês. Houve ao menos cem detenções também no sábado, segundo organizações de direitos humanos.
Nesta segunda (9), médicos realizam manifestação contra a repressão violenta, no 93º dia seguido de protestos desde a eleição, que completa três meses. Lukachenko, 66, que governa o país há 26 anos, nega fraude na votação e afirmou que não deixará o cargo.
Nas ações de domingo, as tropas de choque voltaram a espancar publicamente os manifestantes, como fizeram nos primeiros dias de protesto, gerando uma onda de condenação internacional.
Hospitais relataram dezenas de feridos, alguns por balas de borracha. A maioria dos casos aconteceu em Minsk, mas houve repressão a passeatas em ao menos outras nove cidades, como Grodno, Gomel e Pinsk.
Desde as eleições, cerca de 20 mil detenções já foram feitas, e há ao menos 500 casos documentados de tortura. O maior número de prisões em um único dia ocorreu na noite da eleição, quando 3.000 foram detidos.
A organização Viazna registra 121 presos políticos até esta segunda, e 9 repórteres estão na cadeia, de acordo com a associação de jornalistas bielorrussos.
Nos últimos três meses, a polícia já fez 320 detenções de repórteres que cobriam protestos e há ao menos 60 casos registrados de violência contra jornalistas. Correspondentes estrangeiros tiveram suas credenciais cassadas e foram expulsos do país.
O aumento no número de detenções coincide com uma redução no número de participantes dos protestos contra Lukachenko. Nos últimos dois domingos, as marchas reuniram menos de 100 mil pessoas, segundo a mídia do país, depois de terem chegado a 200 mil em 25 de outubro, quando se esgotava um ultimato dado pela principal candidata da oposição na eleição, Svetlana Tikhanovskaia.
Em parte, analistas atribuem a perda de vigor das manifestações ao fracasso do ultimato, no qual Tikhanovskaia ameaçou parar o país em greve geral se Lukachenko não renunciasse e soltasse os presos políticos.
No dia 26, trabalhadores que se manifestaram ou deixaram o trabalho foram detidos ou demitidos, e nenhuma das grandes indústrias estatais parou a produção. Desde então, há anúncios pontuais de adesão de operários, mas sem impacto significativo nas atividades industriais.
Apesar da queda no volume das grandes marchas dominicais, bielorrussos têm mantido protestos em redes sociais, pichações nos muros da cidade, grupos de ajuda e em reuniões comunitárias nos pátios dos blocos residenciais.
Folhapress
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