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França

- Publicada em 29 de Outubro de 2020 às 19:43

Agressor que matou três em igreja na França era tunisiano de 21 anos

Polícia descreveu a cena do crime na igreja como 'uma visão de horror'

Polícia descreveu a cena do crime na igreja como 'uma visão de horror'


ERIC GAILLARD/AFP/JC
Um agressor com uma faca matou três pessoas - duas mulheres e um homem - por volta das 9h (5h no Brasil) desta quinta-feira (29) na basílica de Notre-Dame de Nice, na França. O suspeito foi identificado como Brahim Aoussaoui, um tunisiano de 21 anos que ingressou na Europa pela ilha italiana de Lampedusa em setembro. Ele estava na França desde o início de outubro.
Um agressor com uma faca matou três pessoas - duas mulheres e um homem - por volta das 9h (5h no Brasil) desta quinta-feira (29) na basílica de Notre-Dame de Nice, na França. O suspeito foi identificado como Brahim Aoussaoui, um tunisiano de 21 anos que ingressou na Europa pela ilha italiana de Lampedusa em setembro. Ele estava na França desde o início de outubro.
Segundo a polícia, uma mulher de cerca de 70 anos foi degolada, e o sacristão da igreja também foi morto a facadas dentro do edifício. Identificado como Vicente, ele tinha cerca de 55 anos, dois filhos e abria a igreja às 8h30min todas as manhãs.
Uma mulher de cerca de 40 anos, seriamente ferida a facadas, conseguiu fugir da igreja, mas acabou morrendo em um estabelecimento em frente à basílica, segundo o prefeito da cidade, Christian Estrosi.
Na cidade da costa sul francesa, o presidente Emmanuel Macron fez um pronunciamento dizendo que o governo manterá a firmeza e pedindo união a toda a população, independentemente do credo. O governo elevou o nível de segurança contra ataques terroristas em todo o país, e Macron afirmou que o número de militares destinados ao contraterrorismo seria elevado de 3 mil para 7 mil.
A polícia, que descreveu a cena do crime como "uma visão de horror", foi acionada por um botão de emergência que fica na calçada e chegou em cerca de dez minutos. Moradores ouviram vários tiros e o suspeito foi levado ao hospital após ser baleado.
Estrosi afirmou não ter dúvida de que o incidente foi um atentado terrorista, depois de falar com policiais que interrogaram o agressor. Segundo ele, o homem gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande, em árabe) várias vezes, mesmo após ser detido.
O Vaticano também se pronunciou. Uma mensagem enviada ao bispo de Nice em nome do Papa Francisco diz que o pontífice condena "da maneira mais enérgica esses violentos atos de terror" e "se une em oração com o sofrimento das famílias e compartilha sua dor".
Ouvido pela BFMTV, um homem chamado David, que trabalha no café Brioche Chaude, disse ter presenciado a cena do crime após ser avisado por outro homem que também estava na igreja. "Fiquei chocado. Ainda estou tremendo", disse ele à TV.
Duas horas após o ataque em Nice, um homem foi morto pela polícia em Avignon após ameaçar moradores com uma pistola. Testemunhas disseram que ele gritava "Alá é grande", mas a polícia diz que é cedo para afirmar que há motivação terrorista, relata a rádio Europe 1.
Em Jidá, na Arábia Saudita, um homem foi preso após atacar com uma faca um guarda do consulado francês. A vítima está no hospital, mas não corre risco. Na quarta, a França havia publicado avisos de segurança para cidadãos em países de maioria muçulmana.
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Ações são resposta a falas de Macron sobre liberdade de expressão

Os ataques ocorrem em meio a uma escalada de tensão em países de maioria muçulmana contra declarações do presidente francês de que a liberdade de expressão é um valor fundamental na França, ainda que manifestações possam ofender grupos específicos.
Os discursos de Macron foram feitos após a morte do professor Samuel Paty, decapitado por um jovem de 18 anos por mostrar caricaturas de Maomé em aula sobre liberdade de expressão. Retratar o profeta é banido por religiosos muçulmanos, e as charges são vistas como insulto grave.
Cartuns de Maomé já haviam sido motivo para ataques contra o jornal satírico francês Charlie Hebdo em 2011, 2013 e 2015, quando 12 pessoas foram mortas em ataque terrorista. Em setembro, quando começou o julgamento de 14 acusados de envolvimento nesse atentado, o jornal republicou desenhos, alguns deles mostrados por Paty em sua aula.
Há um mês, dois jornalistas foram esfaqueados em Paris perto do antigo escritório do Charlie Hebdo. Cinco pessoas foram presas, e uma delas afirmou que o ataque tinha o jornal como alvo.
Dias antes da morte do professor, Macron havia anunciado um programa contra o que chamou de "separatismo islâmico", que estaria levando a radicalização e ao risco de terrorismo. A França tem a maior população islâmica da Europa: 6 milhões, ou cerca de 9% do total.
Em países do Oriente Médio, da África e da Ásia houve protestos contra o presidente francês e pedidos de boicote a produtos franceses. Ainda não está claro se o incidente desta quinta-feira tem relação com a crise iniciada devido às caricaturas de Maomé.
O ataque foi condenado também pelo governo turco, que, nos últimos dias, estava envolvido em uma escalada de tensões com a França. "Nenhuma razão leva a matar uma pessoa ou justifica a violência", afirmou. Da mesma forma reagiram Comissão Europeia, Vaticano, Reino Unido, Holanda, Itália e Espanha.