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Internacional

- Publicada em 22 de Outubro de 2020 às 19:14

Um ano após renunciar, Saad Hariri será premiê do Líbano pela 4ª vez

Empresário de 50 anos disse que formará 'um governo de especialistas' que não venham dos partidos políticos

Empresário de 50 anos disse que formará 'um governo de especialistas' que não venham dos partidos políticos


ANWAR AMRO/AFP/JC
O veterano político libanês Saad Hariri foi nomeado como primeiro-ministro pela quarta vez nesta quinta-feira (22) e prometeu formar um novo governo que consiga lidar com a pior crise do país desde a guerra civil de 1975-1990. O empresário de 50 anos disse que formará "um governo de especialistas" que não venham dos partidos políticos e "cuja missão será a aplicação de reformas econômicas, financeiras e administrativas".
O veterano político libanês Saad Hariri foi nomeado como primeiro-ministro pela quarta vez nesta quinta-feira (22) e prometeu formar um novo governo que consiga lidar com a pior crise do país desde a guerra civil de 1975-1990. O empresário de 50 anos disse que formará "um governo de especialistas" que não venham dos partidos políticos e "cuja missão será a aplicação de reformas econômicas, financeiras e administrativas".
Herdeiro de uma imensa fortuna, o político já exerceu três mandatos como premiê desde 2009 - o posto é reservado a muçulmanos sunitas no sistema de partilha de poder libanês. Seu último gabinete de coalizão foi derrubado quase exatamente um ano atrás, quando manifestantes sacudiram o país protestando contra a elite governante por causa das décadas de corrupção e desperdício estatais. Hariri, o único candidato nas negociações desta quinta-feira, foi apoiado pela maioria dos parlamentares.
Ele enfrenta grandes desafios para navegar pela política sectária do Líbano e formar um gabinete, que depois precisa resolver uma lista crescente de problemas: crise bancária, enfraquecimento da moeda nacional, pobreza em ascensão e dívidas estatais debilitantes.
Um novo governo também terá que enfrentar uma disparada de casos de Covid-19 e as consequências de uma explosão gigantesca ocorrida em agosto no porto de Beirute que matou quase 200 pessoas e causou bilhões de dólares de danos. Logo depois disso, o primeiro-ministro Hassan Diab renunciou.
Hariri começará suas consultas com os distintos blocos parlamentares para formar o governo na tarde desta sexta-feira (23), segundo o Parlamento.
No Líbano - um país multirreligioso onde o presidente deve ser um cristão maronita, o primeiro-ministro um muçulmano sunita e o chefe do Parlamento um muçulmano xiita -, os líderes se veem muitas vezes forçados a um cabo de guerra sem fim que prolonga por meses a formação de governo. Hariri obteve o apoio da maioria dos deputados sunitas e do partido do líder druso Walid Jumblatt.
O bloco do Hezbollah, um peso-pesado na política libanesa, não expressou nenhuma preferência, mas seu principal aliado, o movimento Amal, apoiou a nomeação de Hariri, sugerindo um acordo tácito do Hezbollah xiita. "São as forças políticas tradicionais que mais uma vez escolheram qual rumo seguir, apesar de seus muitos fracassos do passado e do profundo ceticismo sobre o futuro", declarou no Twitter o coordenador especial da ONU para o Líbano, Jan Kubis.
A União Europeia destacou a "necessidade da rápida formação de um governo confiável e responsável". O subsecretário norte-americano para o Oriente Médio, David Schenker, disse que qualquer novo governo deve implementar reformas e que Washington "continuará aplicando sanções contra o Hezbollah e seus aliados libaneses". A comunidade internacional espera que o novo governo empreenda amplas reformas antes de desbloquear a assistência financeira.
Há um ano, o Líbano foi palco de um protesto popular sem precedentes, que exigia a renovação da classe política e serviços públicos dignos, em um país submetido a cortes de eletricidade diários, assim como a melhora da situação econômica, que se agravou no último ano. O país vive uma desvalorização histórica da moeda nacional. Além disso, vivencia milhares de demissões e cortes salariais. Metade da população vive na pobreza.
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