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Internacional

- Publicada em 04 de Outubro de 2020 às 21:00

Papa defende fraternidade contra injustiças do capitalismo

Francisco citou o Samba da Bênção, de Vinicius de Moraes, em benção neste domingo

Francisco citou o Samba da Bênção, de Vinicius de Moraes, em benção neste domingo


FILIPPO MONTEFORTE / AFP/JC
O Papa Francisco fez uma referência ao Samba da Bênção durante sua fala deste domingo, em Roma. "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida", repetiu a frase feita por Vinicius de Moraes para o samba de Baden Powell, lançado no álbum do poeta de 1967, durante a leitura de uma encíclica batizada 'Todos Irmãos'. O texto é um chamado à fraternidade em que ataca as injustiças do capitalismo global, pede que os imigrantes sejam acolhidos e defende o diálogo entre religiões e culturas diferentes.
O Papa Francisco fez uma referência ao Samba da Bênção durante sua fala deste domingo, em Roma. "A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro na vida", repetiu a frase feita por Vinicius de Moraes para o samba de Baden Powell, lançado no álbum do poeta de 1967, durante a leitura de uma encíclica batizada 'Todos Irmãos'. O texto é um chamado à fraternidade em que ataca as injustiças do capitalismo global, pede que os imigrantes sejam acolhidos e defende o diálogo entre religiões e culturas diferentes.
A nova encíclica foi assinada em Assis (cidade natal do santo, na Itália central) em 3 de outubro, data em que o fundador dos franciscanos morreu em 1226, e foi divulgada neste domingo.
Foi a primeira vez que Francisco saiu do Vaticano e da capital italiana desde o início da pandemia causada pelo novo coronavírus. Assis, normalmente cheia de peregrinos e turistas do mundo todo, estava quase vazia durante a visita do pontífice.
Em parte, a encíclica soa como um reconhecimento, por parte do Papa, de que sua visão sobre o futuro da Igreja Católica e das relações internacionais tem sido rejeitada por boa parte do mundo. Entusiasta da integração entre os países europeus, da busca de soluções diplomáticas para conflitos e do combate às mudanças climáticas, Francisco alerta que "a história dá sinais de regressão".
"Reacendem-se conflitos anacrônicos que se consideravam superados, ressurgem nacionalismos fechados, exacerbados, ressentidos e agressivos. Em vários países, uma certa noção de unidade do povo e da nação, penetrada por diferentes ideologias, cria novas formas de egoísmo e de perda do sentido social mascaradas por uma suposta defesa dos interesses nacionais", escreve o Papa.
Francisco atribui boa parte da culpa por esses retrocessos ao que costuma chamar de "cultura do descarte", um tipo de pensamento voltado apenas para a eficiência econômica e que tende a marginalizar os mais vulneráveis. É preciso pensar num modelo alternativo de civilização que contrarie essa lógica, diz Francisco.
Como em outras de suas pregações, Francisco alerta para o fato de que o mundo estaria vivendo uma "terceira guerra mundial por pedaços", considerando os muitos conflitos étnicos e religiosos de pequena escala que afligem o planeta. Diante dessa situação, ele propõe uma reformulação da doutrina católica sobre as chamadas "guerras justas", afirmando que o recurso à guerra praticamente não pode mais ser justificado hoje. Para ele, o mesmo vale para a pena de morte.
 
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