Os eleitores na Suíça rejeitaram neste domingo (27) uma proposta do partido nacionalista local de limitar o número de cidadãos da União Europeia (UE) autorizados a viver e trabalhar no país. A emissora pública suíça SRF informou, com base em uma contagem parcial, que a medida foi rejeitada por 61,3% dos eleitores, com 38,7% a favor. A grande maioria dos 26 cantões do país também rejeitou o plano proposto pelo Partido do Povo Suíço de dar acesso preferencial a empregos, proteção social e benefícios aos suíços em relação aos cidadãos do bloco de 27 nações que o circunda.
O governo havia alertado que, se aprovada, a medida poderia prejudicar os lucrativos laços do país alpino com a UE. Também levaria a desvantagens recíprocas para milhões de cidadãos suíços se eles quisessem viver ou trabalhar em algum país do bloco. Aproximadamente 1,4 milhão de cidadãos da UE vive na Suíça, de cerca de 8,6 milhões de habitantes, enquanto cerca de 500 mil suíços vivem em países da UE.
Em um plebiscito semelhante realizado em 2014, os suíços votaram a favor da limitação do acesso dos cidadãos da UE para viver e trabalhar na Suíça. Os legisladores, no entanto, recusaram-se a implementar totalmente a proposta, temendo um forte impacto na sociedade e nas empresas suíças, o que levou o Partido do Povo a colocar o assunto novamente em votação neste ano.
A medida sobre liberdade de movimento estava sendo considerada juntamente com votações nacionais de várias outras questões. A SRF informou que a maioria dos eleitores apoiou um plano de licença paternidade remunerada, ao mesmo tempo em que rejeitou uma medida que aumentaria a redução de impostos para o cuidado dos filhos.